Após polêmicas, AstraZeneca para fabricação de vacina da Covid-19

A farmacêutica é alvo de uma ação coletiva e admitiu à Justiça que sua vacina pode causar um “efeito colateral raro”

Farmacêutica AstraZeneca confirmou, nesta quarta-feira (8 de maio), que deixará de produzir sua vacina contra a Covid-19, a Vaxzevria. No Brasil, ela era fabricada em parceria com a Fiocruz. Recentemente, a farmacêutica que é alvo de uma ação coletiva e admitiu à Justiça, pela primeira vez, que sua vacina contra a Covid-19 pode causar um “efeito colateral raro”.

A empresa decidiu retirar o imunizante do mercado alegando que atualmente há um excedente de vacinas e que houve um declínio na procura pela Vaxzevria. De acordo com o jornal britânico The Telegraph, 51 famílias estão pedindo uma indenização de até £ 100 milhões (cerca de R$ 650 milhões).

A empresa não citou a ação coletiva movida por famílias que indica que pessoas desenvolveram trombose após a vacinação na Inglaterra. Em documentos anexados ao processo, a AstraZeneca disse que o imunizante “pode, em casos muito raros, causar síndrome de trombose com trombocitopenia”.

Chamada de TTS, a condição é caracterizada pela formação de coágulos de sangue e pode ocasionar o entupimento de veias e artérias. Na nota enviada à imprensa, a farmacêutica apenas cita que está trabalhando com órgãos reguladores para “concluir este capítulo”.

Leia a íntegra do pronunciamento da AstraZeneca

“Estamos muito orgulhosos com o papel que Vaxzevria desempenhou para o fim da pandemia global.

De acordo com estimativas independentes, mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas só no primeiro ano de utilização e mais de três bilhões de doses foram
distribuídas a nível mundial.

O nosso trabalho foi reconhecido pelos governos de todo o mundo e é amplamente considerado como tendo sido um componente crítico para acabar com a pandemia global.

Visto que desde então foram desenvolvidas múltiplas vacinas contra variantes da COVID-19, há um excedente de vacinas atualizadas disponíveis. Isto levou a um declínio na procura de Vaxzevria, que já não é mais fabricada nem distribuída.

Vamos agora trabalhar com os órgãos reguladores e com nossos parceiros para nos alinharmos em um caminho claro para concluir este capítulo e a contribuição significativa para a pandemia da COVID-19″.

 

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