Vacinação pode prevenir progressão de casos de câncer, alerta FCecon
Dia Nacional de Imunização, celebrado no domingo (9), reforça importância da vacinação
Manaus – A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), alerta a população para a prevenção de casos de câncer possíveis de serem combatidos com vacinas, pela passagem do Dia Nacional de Imunização, celebrado no domingo (9).
No Amazonas, são estimados para cerca de 910 novos casos de câncer apenas em 2024, sendo 610 de colo do útero, 140 de cavidade oral e 160 de fígado, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Esses números poderiam ser menores com a vacinação contra o Papilomavírus humano (HPV) e a Hepatite B, uma vez que os imunizantes, disponíveis na rede pública de saúde, combatem o desenvolvimento de casos de câncer causados por esses vírus.
A secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, reforça o chamado e pede que a população apoie as ações de imunização, comparecendo às unidades de saúde para manter em dia o esquema de vacinação. “É um gesto que salva-vidas”, destaca.
Segundo o diretor-presidente da FCecon, Gerson Mourão, o HPV de alto risco é um vírus adquirido por meio de contato íntimo ou pela relação sexual, sendo o responsável pelo aparecimento de lesões que, quando não tratadas, podem evoluir para um câncer.
Além do câncer de colo do útero, o médico explica que o vírus é o responsável por causar câncer oral, peniano, anal e no canal anal. Por isso, é importante a vacinação de meninos e meninas de 9 aos 14 anos. “A vacina está disponível nos postos de saúde dos municípios, é gratuita e não existe nenhuma possibilidade de estimular sexualmente meninas e meninos, sendo de dose única”, detalha Gerson Mourão.
Hepatite B
Doutor em terapêutica cirúrgica, o médico-cirurgião hepático Sidney Chalub ressalta que o desenvolvimento de um possível câncer no fígado pode ser evitado por meio da vacina contra a Hepatite B. Segundo ele, a doença é causada por um vírus – o HBV –, que pode ser encontrado no sangue e em secreções, sendo também considerada uma infecção sexualmente transmissível.
“O imunizante é administrado ainda na infância, a partir dos seis primeiros meses de vida. Caso a criança não seja imunizada na infância, o vírus pode ficar alojado nas células do fígado e, em algum momento, o genoma que ‘guarda’ as informações virais pode estimular que essas células se tornem tumorais, desencadeando um câncer no órgão”, informa o médico.
Muito mais que realizar a vacinação contra os vírus do HPV e da Hepatite B, conforme o médico especialista, os indivíduos estão evitando o futuro aparecimento de dois tipos de cânceres comuns na região amazônica. “Vacinar as crianças e os adolescentes é ter no futuro adultos saudáveis”, observa Sidney Chalub.