Satélite mostra contraste das imagens da seca no Amazonas

A plataforma do Brasil Mais mostra o Arquipélago de Anavilhanas no Rio Negro e o Solimões em Tabatinga

Em apenas dois meses, o Arquipélago de Anavilhanas, no município de Novo Airão (a 115 quilômetros a noroeste de Manaus) mudou a paisagem vista do espaço por satélites, ao expandir o volume das praias e bancos de areia com a nova vazante recorde do Rio Negro, cenário repetido no Solimões, cujo leito em alguns trechos ficou acima do nível da água.

O registro do fenômeno extremo, que ocorre pelo segundo ano consecutivo na Bacia Hidrográfica do Amazonas, foi captado pelos satélites do Subprograma de Consciência Situacional por Sensoriamento Remoto (SCCON), do Programa Brasil Mais, executado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A plataforma de alertas e imagens diárias de alta resolução do Brasil Mais mostra desde o avanço das queimadas até a situação da seca nos rios da Amazônia, com o contraste resultante da drástica seca dos rios.

No Rio Solimões, as imagens foram coletadas nas proximidades de Tabatinga (a 1.108 quilômetros a oeste de Manaus), na região da tríplice fronteira do Brasil, Colômbia e Peru. Na foto aparece a grande diferença que a vazante provocou na paisagem vista do espaço. O primeiro registro foi feito em 17 de julho e o segundo no dia 21 de setembro, em que aparecem bancos de areia às margens do rio.

Nesta segunda-feira, o Porto de Manaus registrou a cota do Rio Negro em 12,29 m, portanto 0,62 cm abaixo do dia do registro da foto. A cada dia é estabelecido um novo recorde de vazante em 122 anos de medição, após superar a seca do ano passado, quando atingiu o nível de 12,70 m.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) informou que a seca em Manaus vai se manter, aponta o 41º Boletim de Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado na última sexta-feira (4). No documento, o órgão aponta que ao longo da semana, o Rio Negro desceu, em média, 14 cm por dia.

Já para a Bacia do Solimões, o SGB indicou uma subida média diária de 10 cm em Tabatinga, contudo, ressalta que “os níveis continuam muito baixos para o mês de outubro”.

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