Rússia inclui movimento LGBTQIA+ em lista de entidades “terroristas e extremistas”
O movimento ocorre após a Suprema Corte russa considerar o movimento “extremista” e tornar ilegal o ativismo LGBTQIA+ no país.
A Rússia adicionou o “movimento internacional LGBTQIA+” à sua lista de pessoas e entidades “terroristas e extremistas”, de acordo com uma nota do serviço de inteligência financeira do país, acessada pela agência AFP nesta sexta-feira, 22. Alguns dos citados são o grupo terrorista Al-Qaeda, a empresa norte-americana Meta, e apoiadores do líder oposicionista Alexei Navlany, morto em fevereiro em uma prisão russa.
A inclusão do movimento LGBTQIA+ à lista ocorre após a Suprema Corte russa considerar o movimento internacional “extremista” e tornar ilegal o ativismo LGBTQIA+ no país.
Segundo o direito penal russo, a participação ou financiamento de uma organização considerada extremista pode resultar em penas de até 12 anos de prisão. Além disso, exibir símbolos desses grupos pode levar a detenções de até 15 dias para o primeiro delito e até quatro anos de prisão em casos de reincidência. Aqueles associados a organizações extremistas também são impedidos de concorrer a cargos públicos.
Essa mudança na percepção dos grupos LGBTQIA+ como movimentos extremistas foi uma das promessas de campanha do presidente Vladimir Putin. O líder russo, conhecido por sua postura autocrática, tem se apresentado como um defensor dos “valores tradicionais”. Durante seus 25 anos de governo, Putin implementou várias medidas que visam restringir as expressões de orientação sexual na Rússia.
Desde 2013, uma lei na Rússia proíbe “a propaganda” de “relações sexuais não tradicionais” entre menores. A legislação foi ampliada significativamente no final de 2022, para proibir qualquer forma de “propaganda” LGBTQIA+ na mídia, internet, livros e filmes.
Grupos de direitos humanos internacionais têm condenado veementemente a ação russa, chamando-a de um retrocesso preocupante para os direitos humanos e um ataque direto à comunidade LGBTQIA+. Organizações internacionais também expressaram preocupação com o impacto que essa medida terá sobre a segurança e o bem-estar dos cidadãos russos LGBTs.
*Com informações da AE