População começa a sentir no bolso os impactos da seca no Amazonas

A população do município de Benjamim Constant (a 1.121 quilômetros a oeste de Manaus), uma das cidades da calha do alto Solimões afetadas pela estiagem que se encontra em estado de emergência no Amazonas, começa a sentir no bolso a escassez de produtos. Gás de cozinha a R$ 150 e passagem de barco que antes custava R$ 35, agora chega a R$ 70 são alguns dos itens em alta no município.

A seca no Rio Javari, afluente do Rio Solimões e banha Benjamim Constant, um dos municípios mais distantes e Manaus, é surpreendente e assustadora, assim como na maioria do estado que sofre com uma das maiores secas já registradas. Com os rios secos, a logística de produtos essenciais à população também é afetada, causando além do desabastecimento, também o superfaturamento de produtos essenciais.

Moradores já começaram a sentir no bolso os impactos da vazante A diferença em alguns produtos já chega a 40%.

“Alguns mercados não tem todos os produtos, aí vamos em outro. Aumentou em 40% alguns produtos, o garrafão de água custava 18,00 e agora está 20,00. O gás não chegou na distribuidora que compro as coisas, tem na outra, mas está saindo a 150,00 a botija de 13 quilos. O impacto não é em um item, mais todos aumentaram um pouco, ai no fim das compras a gente sente o peso”, disse a empreendedora, Vanessa Reis.

Vanessa falou ainda das dificuldades em atuar no mercado. Ela trabalha com papelaria personalizada para empreendedores e precisou parar de fazer os envios porque o frete ficou caro para os clientes, reforçando ainda que diferença no preço da passagem em serviços de transporte fluvial na região chega a quase R$ 50 reais.

“Aqui só tem um banco Bradesco que vive sem dinheiro, pois a cultura ainda é dinheiro em espécie. Poucos locais aceitam pix e cartão, mas o pequeno ainda tem o hábito de dinheiro vivo como falamos. E, a passagem que custava 35,00 no trecho tabatinga/Benjamin e vice-versa, agora está custando 70,00”, explicou a empreendedora.

Além dos problemas no mercado e transporte, a moradora relatou ainda que a cidade sofre ainda com a falta de energia elétrica.

“Sábado a companhia de energia desligou de 07 as 12h para manutenção preventiva”, relatou.

Conforme o boletim com informações atualizadas sobre a estiagem no estado, divulgado pelo Comitê de Intersetorial de Enfrentamento à Emergência Ambiental, neste domingo (8), até o momento, permanecem 42 municípios em emergência, 18 cidades de alerta, 0 em atenção e 2 em normalidade.

A última alteração, atualizada na sexta-feira (6), às 11h45, ocorreu no número de municípios em atenção, com a saída de Canutama para situação de alerta. Silves e Santa Isabel do Rio Negro, que estavam em situação de alerta no boletim anterior, decretaram emergência.

Segundo o boletim, o Amazonas tem 273 mil pessoas afetadas até o momento, configurando 68 mil famílias. No último boletim, eram 266 mil pessoas afetadas. Houve aumento também no número de famílias afetadas, subindo de 66 mil para 68 mil.

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