Pai acusado de fazer filmes com o estupro dos próprios filhos adotivos é preso
Juliano Viero Bordinoski, 42, suspeito de produzir vídeos de pedofilia com os dois filhos adotivos, foi preso no início da tarde desta quinta-feira (14), no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. O suspeito estava foragido por cerca de dois meses.
O suspeito é pai adotivo de dois adolescentes, e estava internado na unidade de saúde, especializada em infectologia, há dez dias por complicações relacionadas ao vírus HIV.
Policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), constataram que Juliano era o autor de vídeos pornográficos feitos com os próprios filhos adotivos. As gravações ocorriam desde que as crianças foram adotadas, há cerca de sete anos.
A reportagem apurou que, informalmente, Juliano admitiu os abusos. Ele seguia internado, com escolta policial. Segundo revelado pelo Metrópoles, um vídeo no qual um enfermeiro abusa sexualmente de um garoto de 9 anos, em 2019, ajudou a polícia a descobrir um esquema sórdido de pedofilia organizado pelo pai adotivo da criança.
Prisão de enfermeiro
O profissional da saúde José Aparecido da Silva, de 48 anos, foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporário, expedido pela Justiça, por volta das 6h30 de segunda-feira (11) em São Vicente, no Estado de São Paulo. Ele também é soropositivo e, segundo apurado pelo Metrópoles, teria contraído o vírus por ter se relacionado intimamente com Juliano.
A vítima, atualmente com 13 anos, será submetida a exames para verificar se ela foi contaminada com HIV. Investigações da polícia de Barueri identificaram José como o homem que mantém relações sexuais no vídeo com a criança, que está sob os cuidados do Conselho Tutelar. A defesa do enfermeiro não foi encontrada.
O registro e a direção das cenas de sexo foram feitos pelo pai da vítima, que a adotou juntamente com o irmão, dois anos mais velho. A prisão do enfermeiro resultou da quebra do sigilo telefônico de Juliano.
Abusos
Juliano, que é cadeirante, adotou os dois irmãos, quando ambos tinham 6 e 8 anos. Na ocasião, o homem mantinha um relacionamento de mais de dez anos com um companheiro, o qual desconhecia os abusos, segundo as investigações da Polícia Civil de Barueri. O relacionamento do ex-casal acabou há cerca de um ano.
Após as adoções, feitas legalmente, a família mudou-se para São Roque, cidade onde as crianças teriam sido abusadas sexualmente, por terceiros, sob a supervisão do pai cadeirante. Ele se aproveitava das ausências do companheiro, para produzir conteúdo de pornografia infantil com os próprios filhos.
Isso durou até 2019, quando a família se mudou para Barueri e o filho mais velho foi morar com um parente, fora do Estado de São Paulo.
A vítima de 13 anos foi acolhida pelo Conselho Tutelar de Barueri no final de setembro, após ser encontrada na rua. O garoto afirmou aos conselheiros que não pretendia voltar para casa, onde acrescentou ter sofrido diversos tipos de violência por parte do pai.