Muro na Cracolândia: Nunes critica ação e diz que Moraes caiu em “armadilha”
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que Ricardo Nunes desse explicações sobre a construção
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reagiu à ação do PSOL contra o muro construído pela Prefeitura na região da Cracolândia, afirmando que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria “caído em uma armadilha” ao aceitar a solicitação para explicar a construção. A afirmação foi feita durante coletiva na tarde desta terça-feira (21), quando Nunes comentou a notificação que o STF enviou à Procuradoria-Geral do Município sobre o assunto.
Segundo o prefeito, a solicitação de explicações feita pelo ministro foi recebida pela Procuradoria no dia anterior e a resposta foi enviada ao STF nesta terça-feira. Em sua resposta, Nunes destacou que o muro, erguido na Rua General Couto Magalhães, no bairro Santa Ifigênia, foi uma medida de segurança e não de segregação.
O objetivo da construção, de acordo com o prefeito, foi evitar acidentes, como atropelamentos, já que os tapumes antigos estavam danificados e representavam risco para os pedestres e moradores em situação de rua.
“Esse muro foi construído para proteger as pessoas. A questão toda é que, quando falam sobre isso, não mostram a realidade. O muro foi erguido em maio do ano passado, e as pessoas que estão promovendo a ação judicial nem têm ido à Cracolândia há quase um ano. O município, por outro lado, está lá todos os dias oferecendo tratamento e serviços à população em situação de rua”, declarou Nunes.
O prefeito ainda afirmou que a construção da estrutura foi planejada de maneira que não dificultasse o acesso de equipes de saúde, assistência social e organizações humanitárias que atuam na região, garantindo o suporte necessário àqueles que buscam ajuda.
A situação teve início quando, na quinta-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes determinou que Ricardo Nunes desse, explicações sobre a construção, no contexto de uma ação que tramita no STF, movida por parlamentares do PSOL.
Eles questionaram o muro, alegando que ele poderia estar em desacordo com as diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua e pediram sua remoção imediata.
Em sua defesa, Nunes pediu ao STF que considerasse o esforço contínuo do município em ajudar a população em situação de rua e destacou a importância da obra para a segurança e bem-estar da comunidade local.