Moraes afirma que ataque na Praça dos Três poderes ‘não é fato isolado’: “É crime”
O magistrado destacou que o episódio é parte de uma sequência de ataques à democracia
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (14) que o atentado contra a Corte, realizado por um homem-bomba na noite de quarta-feira (13) em Brasília, não pode ser tratado como um fato isolado.
Durante evento promovido pelo Ministério Público, o magistrado destacou que o episódio, que resultou na morte de Francisco Wanderley Luiz, responsável pelos explosivos, é parte de uma sequência de ataques à democracia e à estabilidade das instituições no Brasil.
“O que aconteceu ontem não é um fato isolado do contexto. Queira Deus que seja um ato isolado, mas no contexto, é de um contexto que se iniciou lá atrás. Quando o gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente, a autonomia do Judiciário, contra os ministros e seus familiares… Isso foi se avolumando sobre o falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão”, iniciou Moraes.
“Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é crime. Isso foi se agigantando e resultou, a partir da tentativa de descrédito das instituições, no 8 de Janeiro de 2023… E é necessária a pacificação do país, mas só é possível com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe pacificação com anistia aos criminosos. Nós sabemos que o criminoso anistiado é um criminoso impune. E a impunidade vai gerar mais agressividade, como gerou ontem”, acrescentou.
O episódio começou com a explosão de um carro no Anexo 4 da Câmara dos Deputados e culminou com a detonação de um explosivo em frente ao STF por Francisco Wanderley Luiz, que acabou se ferindo fatalmente ao manipular o artefato.
Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, já havia sido identificado como o autor do atentado. Ele foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC) nas eleições de 2020 e, conforme apurações, tinha feito publicações nas redes sociais em que antecipava ações violentas, o que levanta suspeitas sobre motivações políticas por trás do ato.