Mergulhador revela como é ser engolido por um tubarão: ‘É assim que é morrer’
EUA – Em janeiro de 2007, o mergulhador profissional Eric Nerhus foi engolido por um enorme tubarão-branco, enquanto coletava abalones (uma espécie de molusco comestível), no mar que banha o Cabo Howe, na costa leste da Oceania. Contra todas as expectativas, ele sobreviveu para contar a história.
Detalhes do ataque brutal sofrido por Eric vieram à tona recentemente, por meio de relatório do banco de dados Global Shark, obtido pelo tabloide britânico The Sun. O documento revela que, na data da ocorrência, o mergulhador, de 41 anos, trabalhava em uma profundidade de aproximadamente 7 metros, conectado ao barco em que o filho adolescente dele o aguardava.
“Uma onda de focas ou peixes grandes passa, [e] você pensa: ‘Ok, me pergunto o que os está perseguindo’”, descreveu Eric. “É quando os pelos da nuca se arrepiam.” Mesmo em meio à água turva, ele ainda visualizava o casco da embarcação acima dele. Até que tudo escureceu: “Não consegui ver nada, porque estava olhando para o fundo da garganta dele.”
Conforme reportado pelo The Sun, a primeira mordida do predador estilhaçou a máscara do mergulhador, quebrando o nariz dele. Diante da resistência da presa, o tubarão desferiu o segundo golpe, que sugou o homem garganta abaixo. “Comecei a ser sacudido horizontalmente, com um movimento muito forte”, lembrou a vítima, “pensei: ‘é o fim, é assim que é morrer”
A partir daí, o instinto de sobrevivência de Eric prevaleceu. Ainda com as mãos livres, ele tateou a cabeça do bicho até os olhos, e começou a arrancá-los, ao mesmo tempo em que se contorcia para trás. “Assim que pensei estar me libertando, a mandíbula inferior se fechou, e senti os dentes afundarem na parte de trás da minha cabeça, no meu crânio”, narrou, “torci o olho o mais forte que pude, o tubarão reagiu novamente e me soltou.” Rapidamente, ele recolocou o respirador na boca, mas a luta ainda não havia terminado.
Eric ainda estava submerso, com diversas lacerações, e diante da fúria de um gigante marinho: “O grande olho preto redondo mirava diretamente para o meu rosto, sem nenhum sinal de medo de qualquer barco, humano ou animal marinho”. A única chance do mergulhador era chegar até o barco na superfície, e foi o que ele fez.
Antes do retorno, ele esticou braços e pernas o máximo que pôde, como forma de alertar o tubarão de que ele não era uma foca, enquanto lentamente subia à superfície. Deu certo! Ao tocar o casco da embarcação, Eric foi puxado pelo filho, atônito diante da cena que testemunhava.
No seco, equipes de emergência foram acionadas, e ele foi encaminhado com urgência ao hospital. Foram necessárias 75 suturas cirúrgicas para costurar os ferimentos do mergulhador, que decidiu abandonar a carreira. “Estou feliz por ainda estar por aqui”, concluiu.