Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de plano golpista
Advogados de Cid alegaram que ele não confirmou que o ex-presidente sabia de plano de execução de autoridades
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (21), com o objetivo de esclarecer contradições e omissões em suas declarações anteriores. Cid teria indicado que o ex-presidente tinha conhecimento sobre o plano do Golpe de Estado.
Cid foi questionado sobre as investigações da Polícia Federal (PF) que apontam um suposto plano que envolvia a execução de figuras políticas como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. De acordo com relatórios da PF, membros do governo Bolsonaro estariam envolvidos nesse plano.
Durante o depoimento, em relação à tentativa de assassinato de autoridades, os advogados de Cid negaram que o militar tenha confirmado qualquer participação ou comando do ex-presidente nesse aspecto. Eles afirmaram que Bolsonaro estava ciente apenas do plano golpista.
O depoimento durou mais de três horas, e ao deixar o STF, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que o tenente-coronel manteve a versão que havia apresentado anteriormente.
A advogada Vania Adorno Bitencourt, filha de Bittencourt, confirmou que Bolsonaro tinha conhecimento do plano, mas sem envolver-se em detalhes sobre tentativas de execução.
O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu as omissões e contradições que haviam sido identificadas pela Polícia Federal.
Este foi o segundo depoimento de Cid nesta semana, sendo o primeiro realizado na sede da PF em Brasília, após a recuperação de arquivos deletados dos aparelhos do militar.