Mais de 50% dos casos de câncer de bexiga estão relacionados ao tabagismo

A projeção é do Instituto Nacional do Câncer (INCA), subordinado ao Ministério da Saúde

Manaus – Com mais de 50% dos casos relacionados ao tabagismo, o câncer de bexiga é tema de campanha educativa desenvolvida neste mês de julho, pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). São estimados, para o Brasil, 11.370 casos da doença este ano, sendo a maior parte, 7.870, em homens, e 3.500 em mulheres. A projeção é do Instituto Nacional do Câncer (INCA), subordinado ao Ministério da Saúde.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados no Brasil, desde 2019, cerca de 110 mil diagnósticos da doença.

“A campanha de alerta público visa alertar sobre os principais fatores de risco para a doença, especialmente, o tabagismo, que também contribui para o desenvolvimento de outros tumores, não só o de bexiga, além de potencializar o aparecimento do diabetes e das doenças cardiovasculares”, ressaltou o presidente da seccional amazonense da SBU, o cirurgião uro-oncologista, Giuseppe Figliuolo.

O especialista afirma que, além do cigarro, a exposição prolongada a produtos químicos, o fator hereditário (casos na família), radiação e infecções crônicas na bexiga, podem aumentar as chances de se desenvolver a doença, além do uso de alguns medicamentos.

“Pessoas que fumam há muitos anos, têm de 3 a 6 vezes mais chances de desenvolver o câncer de bexiga, doença silenciosa, como a maioria dos cânceres, e que quando avança, tem como principais sinais o sangue na urina (hematúria), dores pélvicas, dor ao urinar, urgência em urinar com maior frequência, aumento da quantidade de idas ao banheiro sem motivo aparente, perda de peso e, em alguns casos, dores nas costas e fadiga”, explica Figliuolo.

“Apesar de acometer ambos os sexos, o câncer de bexiga é mais frequente nos homens, sendo o sétimo tipo de tumor maligno em incidência, representando quase 3% de todos os diagnósticos de câncer registrados entre a população masculina”, frisou o especialista.

De acordo com ele, apesar de ser mais comum em pessoas acima de 55 anos, os diagnósticos em pessoas mais jovens têm se tornado mais frequentes, o que gera preocupação na comunidade médica e alerta sobre a necessidade de levar informação de qualidade a todas as gerações.

“Abandonar o cigarro, fazer um check up médico anual com exames de rotina e não negligenciar os sintomas, são as principais dicas para se evitar a doença, ou, para levar a um diagnóstico precoce, aumentando as chances de cura. Quando descoberto cedo, o câncer de bexiga pode ser tratado de forma mais eficaz”, assegurou.

O tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia, ou, modalidades combinadas, a depender do tipo de tumor e o estadiamento (extensão) da doença. O diagnóstico se dá por avaliação clínica com o suporte de exames complementares – como a cistoscopia, que pode ser feita em nível ambulatorial – e biópsia seguida de análise patológica.

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