Mãe e filha são presas por manter pessoas em condições análogas à escravidão
As investigações apontam que as duas mulheres, mãe e filha, de 54 e 24 anos, que foram presas por crimes praticados contra um idoso de 63 anos e um homem de 57, que viviam em condições análogas à escravidão, fizeram um empréstimo e transferência bancária no dia 28 de março deste ano, da conta do idoso para a conta da filha da autora no valor de R$ 16 mil. A mulher fez uma viagem para participar de um campeonato de jiu-jítsu na França logo após a transação bancária.
Conforme a delegada Andrea Nascimento, titular da Delegacia Especializada em Crimes contra a Pessoa idosa (DECCI), a Operação Virtude ocorre em alusão a Campanha ‘Junho Violeta’, que visa a conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa. As diligências tiveram como intuito apurar denúncias, dentre elas, de um idoso que estava em situação análoga a de escravo. As equipes foram até o endereço mencionado na ocorrência e constataram o fato.De acordo com a autoridade policial, o idoso informou que a mulher de 54 anos fazia com que ele cumprisse os afazeres do sítio, bem como cuidar de todos os animais que somavam mais de 150 entre porcos, carneiros, peru, pavão, bovinos, coelho, galinhas, cães, patos, inclusive animais silvestres, em jornada de trabalho exaustiva, sem pagamento de salário. Ele informou que a mulher também possuía residência em Manaus, para onde se deslocava com frequência.
Mediante consultas nos Procedimentos Policiais Eletrônicos (PPE), foi possível localizá-la em Manaus. Ela foi conduzida à delegacia para prestar esclarecimentos juntamente com sua filha.
Durante as oitivas foram levantadas informações pela equipe de investigação sobre um empréstimo e transferência bancária da conta do idoso para a conta da filha da autora no valor de R$ 16 mil no dia 28 de março deste ano. Está sendo investigado o emprego desse valor, uma vez que a autora fez uma viagem para participar de um campeonato de jiu-jítsu na França logo após a transação bancária.
O idoso não lembra quando tudo isso começou a ocorrer, mas pelos documentos e comprovantes, há indícios de que os fatos se iniciaram em meados de setembro de 2022, quando começou a receber o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), fato esse desconhecido pela vítima.
A outra vítima, um homem de 57 anos, estava desempregado. Em dezembro de 2023 autora ofereceu um salário para que fosse trabalhar com ela, e desde então passou a viver em situação análoga à escravidão. Não recebia salário, pois a autora sempre alegava algum tipo de dívida por parte da vítima.
Ele afirmou que um pavão fugiu e teria que pagar pelo mesmo, que segundo as autoras, seria de R$ 5 mil. As vítimas dormiam em ambientes não adequados, dividindo o espaço com os animais. Estavam com as mãos e pés machucados e calejados pelo trabalho pesado realizado diariamente. Eles também estavam visivelmente debilitados.