Justiça determina bloqueio de redes sociais de influenciadores alvos da Operação em Manaus
A juíza Silvânia Ferreira, da Vara de Inquéritos Policiais, determinou o bloqueio das redes sociais, a quebra do sigilo de dados telefônicos e a interceptação telefônica de João Lucas da Silva Alves, de 24 anos, conhecido como Lucas Picolé; Enzo Felipe da Silva Oliveira, 24, o Mano Queixo; Isabelly Aurora e outras três pessoas suspeitas de envolvimento em esquema fraudulento de venda de rifas que movimentou mais de R$5 milhões em Manaus.
O esquema criminoso consistia na venda de rifas eletrônicas por um valor de cerca de R$0,50 centavos e após a venda de todos os bilhetes o sorteio era realizado mas uma pessoa próxima aos influenciadores e pertencente ao mesmo ciclo, acabava ganhando e a premiação retornava aos influencers que seguiam com a fraude.
Antes de deflagrar a operação, realizada ontem (29) em Manaus, a Polícia Civil havia pedido além das medidas autorizadas a prisão dos suspeitos mas magistrada rejeitou e permitiu apenas mandados de busca e apreensão. A decisão saiu no dia 5 de junho deste ano.
Mano Queixo, Lucas Picolé e a cunhada dele Flávia Ketlen Matos da Silva foram presos em flagrante por outros motivos durante cumprimento de mandados.
De acordo com o delegado Cícero Túlio, titular do 13° Distrito Integrado de Polícia (DIP), Flávia Ketlen montou uma empresa com o cunhado e é suspeita de ajudar na lavagem de dinheiro. A conta bancária dela era utilizada para receber os valores das compras de produtos ilegais e das rifas.
“A gente tinha conhecimento de um grupo criminoso que utilizava da qualidade de influencer digitais para angariar vítimas no sentidos dessas vitimas pagarem por rifas ilegais. Eles faziam o sorteio dessas rifas sem qualquer tipo de fiscalização ou controle por parte do Ministério da Economia. A partir do levantamento dos valores dessas rifas ilegais, eles acabavam ecoando o dinheiro na compra de veículos de luxo. Lucas Picolé e a cunhada Flávia Ketlen conseguiram com esse dinheiro montarem uma empresa”, detalhou o delegado.
“A Flávia Ketlen não é influenciadora. Ela opera auxiliando na lavagem de capitais. Ela figura na empresa do Picolé, onde são vendidos produtos falsificados e utiliza a conta dela para receber o dinheiro da compra desses produtos ilegais e das rifas. Por conta disse, ela também encontra-se na investigação da lavagem de dinheiro”, destacou.
Apreensões
Na operação, os policiais apreenderam carros de luxos dos influenciadores, entre eles um Porsche Macan e uma BMW, ambos pertencentes a Lucas Picolé e Mano Queixo. Os policiais foram a loja de Lucas Picolé, no bairro Parque Dez de Novembro, e apreenderam roupas de grifes falsificadas.
“Durante as buscas foram apreendidos não só os veículos de luxo como também durante ação na loja do Lucas foram apreendidos ali mais de uma tonelada de produtos falsificados além de notas e cupons que atestam o recebimento dos valores decorrentes da prática da pirataria”, disse.
“Durante o curso das diligencias, o Lucas tentou se desfazer de dois celulares e da chave de um dos automóveis de luxo, uma BMW. Durante o procedimento de apreensão desses veículos foi encontrado no interior dessa BMW uma cerca quantidade de material entorpecente do tipo sintético, aproximadamente 170 unidades da droga denominada LSD, além de munições de fuzil, ele que ostentava nas redes sociais fotografias com fuzil, e também uma motocicleta com sinais de adulteração. Por conta disso ele foi flagranteado também por tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas e adulteração do sinal de identificação de veículo automotor” completou.