Joias e vacina: PF deve enviar ao STF relatório de inquéritos de Bolsonaro
O ex-presidente é investigado por falsificação de certificados de vacinas da Covid-19 e vendas ilegais de joias
A Polícia Federal (PF) está finalizando o relatório de inquérito que pode indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e auxiliares dele por falsificação de certificados de vacinas da Covid-19 e vendas ilegais de joias presenteadas por autoridades internacionais. O relatório da corporação deve ser concluído nesta quinta-feira (4). Caso o indiciamento seja confirmado, a polícia envia o relatório da investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em relação às vacinas, segundo a PF, as inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência a alteração da verdade. Com isso, os investigados puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (do Brasil e dos Estados Unidos), que visavam impedir a propagação da doença.
Bolsonaro já foi indiciado pela Polícia Federal no caso das vacinas, em março deste ano, por inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa. No mês seguinte, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que a corporação realizasse mais investigações após analisar o relatório policial.
Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, era relevante “saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte-americano”. A continuidade do inquérito pode ter revelado novos crimes cometidos pelo ex-presidente.
Joias vendidas
Em agosto de 2023, a Polícia Federal fez uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligados ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de Estados estrangeiros. Os investigados são suspeitos de ter vendido joias e presentes oficiais ganhos.
Conforme a PF, eles teriam utilizado “a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior”.
As quantias obtidas com essas operações “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados por meio de pessoas interpostas e sem usar o sistema bancário formal, para ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores”. A Polícia Federal não informou o lucro que os suspeitos teriam obtido com a venda das joias e dos presentes.