João de Deus é condenado a mais de 109 anos de prisão por crimes sexuais
O Tribunal de Justiça de Goiás condenou o médium João de Deus a 109 anos e 11 meses de prisão por crimes sexuais. O réu também foi sentenciado a pagar indenizações por danos morais de até R$ 100 mil às vítimas. Ele vai recorrer da decisão.
João de Deus era alvo de três processos. As condenações foram as seguintes:
- Crimes sexuais contra cinco vítimas: 51 anos e 9 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2016;
- Crimes sexuais contra três vítimas: 16 anos e 10 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2011 e 2013;
- Crimes sexuais contra cinco vítimas: 41 anos e 4 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2015.
A decisão é do juiz Marcos Boetchat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia. Apesar da sentença, o médium permanecerá em prisão domiciliar.
Se levados em conta os outros processos e penas, João de Deus acumula mais de 223 anos de cadeia. Ele já foi condenado por violação sexual mediante fraude, posse ilegal de arma de fogo, crimes sexuais cometidos contra mulheres e estupro de vulnerável.
Ao UOL, o TJ de Goiás informou que ainda tramitam “sete ações penais da mesma natureza” que “devem ser julgadas até março do ano que vem”.
O que diz a defesa?
Segundo o advogado de João de Deus, Anderson Van Gualberto, o Tribunal desconsiderou “aspectos relevantes dos argumentos apresentados pela defesa, em especial a inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima”.
Ele ainda alega que os argumentos apresentados pela acusação são frágeis no que diz respeito à “condição de vulnerabilidade das supostas vítimas”.
“Todas eram capazes, tinham plena consciência dos seus atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes”, concluiu. As informações são do UOL.
Quando João de Deus foi preso
O médium foi detido pela primeira vez em dezembro de 2018, depois que algumas mulheres o denunciaram no dia 7 de dezembro daquele ano. As vítimas afirmam que foram abusadas sexualmente durante os atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola.
Em março de 2020, ele passou para o regime de prisão domiciliar, em Anápolis, e voltou para o presídio em agosto de 2021. No mês seguinte, retornou para o regime domiciliar, no qual permanece.
Fonte: UOL