“Isso me dá um burburinho”, diz mulher viciada em comer cimento e argamassa

Patrice Benjamin-Ramgoolam sofre de distúrbio alimentar conhecido como síndrome de pica

Patrice Benjamin-Ramgoolam, 39, sofre de um distúrbio alimentar conhecido como síndrome de pica, que a faz ter apetite por substâncias não alimentícias e sem valor nutricional — no caso dela, cimento e argamassa.

Em entrevista à revista britânica Closer, Patrice revelou a dificuldade em evitar o hábito perigoso. “Sei que é muito ruim para mim, mas a sensação após comer cimento e argamassa é como um hormônio da felicidade e um cobertor reconfortante, tudo em um só”, definiu. “Isso me dá um burburinho. Gostaria de poder parar pelo bem do meu marido, mas não sei se consigo.”

O distúrbio foi desencadeado nela, quando tinha 15 anos e morava com os avós, logo após a separação dos pais. “Certo dia, durante uma reunião de família, alguém mencionou que minha tia e meu tio haviam cutucado a parede e comido quando eram pequenos. Foi falado sobre isso de uma forma despreocupada, e eles aparentemente já haviam superado quando tinham cinco anos”, lembrou.

Na sequência, durante uma tarde após a escola, Patrice raspou a parede de um quarto pouco usado e comeu o conteúdo. “Sabia que era estranho, mas gostei do sabor seco e depois me senti bem.”

A partir daí, virou rotina frequentar o cômodo, ouvir música e comer cinco colheres de chá da argamassa removida da parede. Os avós de Patrice achavam que os buracos eram provocados pelo desgaste natural da casa.

Ao casar, o marido dela foi morar na mesma residência. Mesmo com a morte dos avós, o casal continuou no local, onde ela escavava paredes e escondia os danos com pôsteres, para não revelar a verdade ao companheiro. No entanto, ele percebeu e a questionou.

“Fiquei assustada com a reação dele. Mas, depois que contei, fiquei feliz por ele saber. Manter isso escondido foi um grande fardo para mim. Ele estava chateado, é claro, e pude ver que ele não entendia muito bem”, lembrou, “ele me implorou para parar.”

Apesar de ter passado por um médico, Patrice atualmente lida com a síndrome por meio de técnicas de atenção plena e garante ter “mais controle”. Ainda assim, “não sabe se esta pronta para parar completamente”. “Isso desperta felicidade dentro de mim. Só espero não acabar prejudicando seriamente minha saúde”, pontua.

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