Irmão e mãe de Djidja Cardoso acreditavam ser ‘Jesus’ e ‘Maria’ em seita
As informações são do Inquérito Policial (IP) que resultou no mandado de prisão de quatro pessoas
Ademar Cardoso Neto, 29, e Cleusimar Cardoso, 53, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso, encontrada morta na última terça-feira (28), acreditavam ser ‘Jesus e ‘Maria’ em suposta seita denominada como ‘Pai, Mãe, Vida’, cujo objetivo era promover o tráfico de drogas sintéticas de uso veterinário e a administração forçada dessas substâncias. As informações são do Inquérito Policial (IP) que resultou no mandado de prisão de quatro pessoas.
Cleusimar Cardoso e Ademar Farias, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, foram presos, nesta quinta-feira (30), na avenida Jurunas, no bairro Cidade Nova, na zona norte de Manaus. Verônica da Costa Seixas, apontada como gerente do salão de beleza em que Djidja era sócia, também foi presa.
Mais tarde, a maquiadora do local, Claudiele Santos da Silva, 34, se entregou à polícia. Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro do salão, segue foragido.
De acordo com o Inquérito Policial (IP), Cleusimar e Ademar Neto seriam os líderes da seita “Pai, Mãe, Vida”. Mãe e filho seriam auxiliados pela gerente Verônica e pelo cabeleireiro Marlisson Vasconcelos Dantas.
Segundo depoimento de funcionários no local, Ademar Neto se considerava ‘Jesus’, Cleusimar ‘Maria’ e Djidja Cardoso era ‘Maria Madalena’ na seita.
As testemunhas informaram ainda que eram obrigados a integrarem a seita e consumirem as drogas sintéticas. Conforme o Inquérito, Neto dizia que o uso dessas substâncias “auxiliava a resolver os problemas”.
Mais informações serão repassadas em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (31).
Boletim de ocorrência
No dia 24 de abril, um Boletim de Ocorrência (B.O) registrado no dia 24 de abril deste ano mostra denúncia sobre suposto cárcere privado da ex-sinhazinha do Boi-Bumbá Garantido, Djidja Cardoso. O relato foi apresentado por familiares.
Um Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado em 24 de abril deste ano, onde as tias de Djidja afirmam que a ex-sinhazinha do Garantido estaria em cárcere privado e, em estado lamentável por uso excessivo de drogas. No documento, as duas ainda afirmam que as drogas eram levadas pelo irmão da vítima.
“As comunicantes informam que a Sr.ᵃ Dilemar Cardoso, vulgo Djidja encontra-se em estado lamentável por estar sendo usuária de drogas e que ninguém permite que esta receba visitas e esta não pode sair de casa já que se encontra em estado de entorpecida, que a família toda é usuária e não permitem que esta receba ajuda”, diz um trecho do B.O.
As mulheres relatam à polícia que ficaram sabendo através de funcionários do salão da própria vítima e que a droga era levada por Ademar Cardoso, irmão de Djidja.
“Não é permitida nenhuma visita, nem de familiares que ficaram sabendo dessas informações por funcionários do salão da própria vítima. A droga era levada para dentro de casa pelo irmão da Djidja identificado como Dedé”, conclui o documento.
Com a morte de Djidja Cardoso, uma série de áudios, vídeos e até acusações de ‘assassinato’ sobre a morte da avó da sinhazinha repercutiram nas redes sociais.