Governadores criticam governo Lula após envio de embaixadora à posse de Maduro

Embaixadora Gilvânia Maria de Oliveira compareceu à posse do chavista nesta sexta-feira (10)

Após o governo brasileiro enviar a embaixadora Gilvânia Maria de Oliveira para a posse de Nicolás Maduro, na Venezuela, governadores de diferentes espectros políticos expressaram críticas à medida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As reações contrárias vieram tanto de aliados, como o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), quanto de opositores, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).

Maduro, que está no poder desde 2013, foi declarado reeleito pelo Tribunal Supremo de Justiça (TST) da Venezuela, dominado pelo regime chavista. No entanto, a oposição venezuelana contestou o resultado, apresentando atas eleitorais que apontavam a vitória de Edmundo González, atualmente exilado na Espanha.

González teve sua prisão pedida pela Justiça venezuelana por não comparecer a depoimentos solicitados pelo Ministério Público.

Dias antes da cerimônia de posse, Maduro adotou medidas de segurança rigorosas, com a mobilização das forças armadas e milícias, em um contexto de crescente tensão com a oposição.

Na véspera da posse, a líder oposicionista María Corina Machado foi detida após um protesto contra o regime, mas liberada poucas horas depois.

Em sua declaração, Barbalho criticou a postura do Brasil, afirmando que a nação não poderia se omitir diante de um regime ditatorial. “Quem defende a democracia precisa se posicionar contra a opressão de Maduro e condenar esse regime autoritário. Não podemos adotar uma postura seletiva quando se trata de golpes. O Brasil não pode se omitir: fora Maduro!”, disse ele nas redes sociais.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também se manifestou, afirmando que a presença de um representante do Brasil na posse de Maduro só serviria para legitimar um processo eleitoral marcado por sérias falhas democráticas.

“A postura de enviar um representante à posse enfraquece o compromisso do Brasil com os direitos humanos e a democracia. Participar desse evento é uma afronta à nossa tradição diplomática e aos nossos valores constitucionais”, afirmou Leite.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, se pronunciou após a prisão de María Corina Machado e pediu que o governo federal cancelasse a ida da embaixadora à posse de Maduro.

“O governo Lula tem a obrigação moral de cancelar essa participação e de exigir a libertação de Maria Corina, que foi sequestrada pelo regime. Ela é uma mulher corajosa, que só luta pela liberdade do seu povo”, afirmou Caiado.

Por fim, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também se posicionou contra a decisão do governo brasileiro. Zema considerou inadmissível o apoio ao governo de Maduro, um presidente acusado de fraude eleitoral e repressão.

“O envio de um representante à posse de Maduro ignora a vontade popular, os direitos humanos e os princípios democráticos. Sempre defenderei a liberdade e a democracia”, concluiu.

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