Em 4 anos, mais de 9 mil crianças foram abusadas sexualmente no Amazonas, diz boletim

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) divulgou, neste sábado (18), o boletim que mostra um levantamento de casos de abuso sexual contra menores no estado. Conforme os dados, nos últimos 4 anos mais de 9 mil crianças e adolescentes sofreram violência sexual.

No Amazonas, foram notificados 9.035 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes entre 2019 e 2023. A análise epidemiológica destaca que a faixa etária mais afetada concentra-se entre 10 e 14 anos, abrangendo mais da metade dos casos notificados, 54,1%.

A diretora-presidente da FVS, Tatyana Amorim, destaca que os dados enfatizam análise dos padrões sociodemográficos que delineiam o perfil das vítimas desse tipo de violência. “Este boletim é um instrumento para entender a gravidade desse problema e orientar políticas públicas eficazes de prevenção e combate”, afirmou a diretora Tatyana.

O boletim ressalta que 37,3% das vítimas estavam na “5ª à 8ª série incompleta”, em termos de escolaridade. Em relação aos locais de ocorrência, 80,5% dos casos de violência sexual ocorreram na residência, e menos da metade dos casos notificados (40,8%) foram encaminhados ao Conselho Tutelar.

A coordenadora da vigilância de violências e acidentes (VIVA) do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS, Cassandra Torres, acrescenta que esses dados destacam a importância da educação e da conscientização nas escolas para prevenir a violência sexual. “Essa faixa etária é especialmente vulnerável devido às mudanças físicas, emocionais e sociais pelas quais estão passando. Isso evidencia a necessidade de fortalecer os mecanismos de proteção e denúncia”, afirma Cassandra.

Ato Faça Bonito — Durante o ato público “Faça Bonito vai à Praça”, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, neste sábado (18), no Centro de Manaus, o responsável pelo Planejamento, Emergência em Saúde Pública e Ações Estratégicas da FVS, Augusto Zany, destacou a importância das instituições agirem de forma integrada no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.

“É preciso agir de forma integrada, com as instituições e serviços da saúde, educação, segurança pública, direitos humanos e assistência social para que possamos intervir de forma oportuna nessas violências”, disse.

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