Cooperação histórica entre Brasil e EUA para o clima é anunciada no G20
Os dois países assinaram parceria estratégica durante a reunião ministerial da Trilha de Finanças do G20
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, protagonizaram a assinatura de um acordo histórico durante a reunião ministerial da Trilha de Finanças do G20 no Rio de Janeiro. A Parceria para o Clima une duas grandes economias do G20 em um esforço conjunto para enfrentar os desafios climáticos e promover um desenvolvimento sustentável, marcando um novo capítulo na cooperação bilateral.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância simbólica e prática da nova parceria: “os dois países, os Estados Unidos e o Brasil, nunca foram distantes. Mantêm uma cultura comum, princípios e valores comuns. A política não é feita só de números, é feita de símbolos também. E o que nós decidimos como atores é estreitar os laços entre os nossos dois países e dar visibilidade a essa aproximação, que no contexto atual de grandes tensões geopolíticas, é um passo essencial para dar o exemplo da construção de um mundo melhor de forma cooperativa.”
Haddad enfatizou a escolha de focar em questões climáticas: “Nós escolhemos uma área decisiva do nosso futuro para estreitarmos as relações mútuas entre os nossos dois países, justamente as questões relativas ao clima. Brasil e Estados Unidos comungam desse valor de que é preciso envidar esforços cada vez mais consistentes no sentido de promover a mudança climática em várias áreas de atuação.”
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reforçou o compromisso compartilhado com a sustentabilidade: “Eu estou muito feliz que estamos conjuntamente anunciando o lançamento do Brasil-EUA Parceria para um Tratado para o Clima hoje. Há laços profundos entre os Estados Unidos e o Brasil, incluindo a relação de pesquisa e investimento forte no desenvolvimento, reconhecendo que são as duas grandes economias.”
Yellen destacou o trabalho contínuo entre as equipes do Tesouro e da Fazenda, que culminou no acordo: “Desde o início da administração Biden, nós temos trabalhado para aumentar a colaboração com o Brasil sobre prioridades de colaboração relacionadas ao clima e ao ambiente. O Brasil colocou esses problemas no topo da agenda para sua presidência do G20, trabalho ambicioso que inclui através dos bancos de desenvolvimento multilaterais e fundos climáticos.”
“Temos um profundo comprometimento para enfrentar as consequências das inundações no estado do Rio Grande do Sul. Foi uma das muitas tragédias recentes que revela a responsabilidade que as mudanças climáticas e a perda da natureza e da biodiversidade impactam na vida das cidades e economias no mundo. Nosso pacto também está construído em trabalho. Nos Estados Unidos, o ato para redução da inflação e a lei bipartidária que cria uma infraestrutura mais resiliente, apoiando investimentos em conservação e atuando no crescimento em indústrias de energia limpa”, disse a Secretária.
Compromisso com a ação conjunta
Ao final de seu discurso, Haddad refletiu sobre a importância do momento: “Nós do Brasil temos insistido muito de que esses conceitos têm que ser pensados de forma mais extensiva no continente americano. Nós queremos estar mais próximos, trabalhar mais juntos, dar o exemplo de cooperação internacional. Essa é uma das atividades diplomáticas que o Brasil tem levado à frente, importantes no contexto atual.”
Yellen finalizou com uma mensagem de otimismo: “As agendas complementares de trabalho significam que temos muito a ganhar com mais coordenação e atividade colaborativa. Com esta parceria, nós planejamos trabalhar juntos para aderir aos desafios ambientais e fortalecer a economia da região.”
Confira os objetivos e diretrizes do acordo:
O acordo Brasil-EUA, firmado durante a reunião dos Ministros das Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais do G20 no Rio de Janeiro, apresenta diretrizes claras para a cooperação bilateral:
1. Cadeias de Produção de Energia Limpa: Trabalhar juntos para desenvolver políticas que mobilizem o investimento privado para diversificar cadeias de produção globais, promovendo a energia limpa.
2. Mercados de Carbono de Alta Integridade: Fortalecer os mercados de carbono, garantindo que sejam utilizados de maneira eficiente para mitigar as mudanças climáticas.
3. Finanças da Natureza e da Biodiversidade: Desenvolver soluções inovadoras para a conservação e restauração da natureza e da biodiversidade.
4. Fundos Climáticos Multilaterais: Melhorar o acesso a financiamentos para mercados emergentes e países em desenvolvimento, mobilizando finanças dos setores público e privado.