Bolsonaro critica visita de Macron a Lula e sugere “cobiça” pela Amazônia
O cenário político brasileiro esquentou ainda mais nesta quinta-feira (28), com o ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), lançando críticas contundentes à visita do presidente francês, Emmanuel Macron, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Bolsonaro levantou questões sobre a ausência de acordos tangíveis entre os líderes e insinuou possíveis interesses ocultos envolvendo a Amazônia.
Em uma publicação nas redes sociais, Bolsonaro expressou sua insatisfação, afirmando: “Encontro entre chefes de estado geralmente termina em assinatura de acordos. Contudo, de acordo com o caráter do chefe de estado, alguns desses compromissos (inenarráveis), são apenas verbais.”
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O ex-presidente também trouxe à tona precedentes históricos, mencionando um encontro semelhante em 1992, que, segundo ele, desencadeou uma série de problemas para o Brasil. “Em 1992, depois de um encontro desses, trocou-se o ministro da Justiça, e uma portaria foi assinada, iniciando-se a demarcação da extensa área Yanomami (equivalente ao estado de Pernambuco ou o dobro da Suíça), para aproximadamente 9 mil indígenas. Uma insensatez para não dizer um crime de lesa-pátria”, escreveu Bolsonaro.
Além disso, o ex-presidente parabenizou o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) por tomar medidas para esclarecer os acontecimentos relacionados à visita de Macron. Barros ingressou com um pedido de informações junto ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), exigindo transparência sobre os acordos firmados entre Brasil e França, bem como os estudos técnicos que os embasaram. O deputado também busca esclarecimentos sobre os “efeitos práticos e jurídicos relacionados à formalização das tratativas”.
Essa troca de farpas entre Bolsonaro e Macron, indiretamente através de sua visita à Lula, levanta questões sobre os rumos das relações diplomáticas do Brasil, especialmente em relação à proteção da Amazônia e à cooperação internacional. Enquanto Bolsonaro acusa a possibilidade de “cobiça” sobre a região amazônica, críticos observam uma escalada nas tensões que podem complicar ainda mais o ambiente político nacional e internacional.