Bares e restaurantes do AM amargam aumento de custos e endividamento

Pesquisa da Abrasel no Amazonas revela dificuldade em reajustar preços e pressão sobre margens de lucro no setor

Uma pesquisa realizada pela Abrasel no Amazonas entre os dias 19 e 26 de agosto, com empreendedores do setor de bares e restaurantes em todo o estado, revela que nos 7 primeiros meses de 2024 houve crescimento no número de empresas com dificuldade em reajustar seus cardápios para acompanhar a inflação. Em janeiro de 2024, 30% das empresas no Amazonas registraram o problema, mas esse percentual subiu para 38% na medição de agosto, representando um aumento de 8%.

Outro dado preocupante é que o nível de endividamento das empresas do setor de bares e restaurantes continua elevado no estado, com cerca de 34% registrando pagamentos em atraso, o que evidencia um desafio que continua a ameaçar a sobrevivência empresarial local.

Por outro lado, o índice mostra que empresas amazonenses operando com prejuízo diminuiu ligeiramente, passando de 23% em junho para 16% em julho de 2024. Em relação aos que registraram prejuízo, 73% atribuíram a situação à queda nas vendas, e 73% à redução no número de clientes. Outros fatores relevantes incluem o custo de alimentos e bebidas (40%) e os custos de energia (40%).

“Entre os desafios para se destacarem no mercado e atraírem mais clientes, os bares e restaurantes precisam buscar e a capacidade de investimento. O que parece simples, na verdade, tem sido alguns dos maiores empecilhos para os empresários do setor, que estão operando com margem de lucro achatada, e precisam de mais faturamento. Com quase 70% dos negócios sem lucro, número maior que a média nacional, precisamos de um segundo semestre de vendas aquecidas para melhorar esse quadro”, destaca Rodrigo Zamperlini, presidente da Abrasel no Amazonas.

Situação econômica do setor no estado

A pesquisa mostra que 35% das empresas têm dívidas em atraso. Destas, 69% devem impostos federais, 50% devem impostos estaduais, 50% devem encargos trabalhistas e previdenciários, 34% têm empréstimos bancários em atraso, 31% devem a fornecedores de insumos como alimentos e bebidas, 31% têm débitos de aluguel, 28% têm débitos com serviços públicos como água, luz, gás e telefone, 25% estão em atraso com taxas municipais, 19% devem a fornecedores de equipamentos e serviços e 9% estão em atraso com pagamentos de empregados.

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