Amazonense leva demandas indígenas à COP 29, no Azerbaijão

A adolescente compõe grupo formado por quatro ativistas, todos membros do Children For Nature Fellowship

A jovem indígena amazonense Taissa K, 14, integrante do povo Ómagua Kambeba, participa até esta sexta-feira (22) da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 29) que acontece em Baku, à capital do Azerbaijão. A adolescente compõe grupo formado por quatro ativistas, todos membros do Children For Nature Fellowship, programa do instituto ‘Alana’ voltado à garantia de participação de pessoas do Sul Global em plataformas regionais e mundiais.

Do país situado entre Europa e Ásia, Taissa falou sobre sua atuação no evento mundial.

“Espero muito que as autoridades possam incluir a juventude nas pautas do desenvolvimento sustentável. Isto é importante porque a nossa geração procura se envolver para auxiliar o combate às mudanças climáticas. Aqui as minhas prioridades é o combate as desmatamento da Amazônia que afeta diretamente os povos indígenas da Amazônia. Espero que na COP do próximo ano tenhamos mais soluções porque neste ano as discussões foram muita devagar. É preciso soluções mais concretas”, afirmou a adolescente.

Além de Taissa, a delegação que participa da COP 29 também conta com a participação de adolescentes ativistas ambientais: as brasileiras Catarina L. (17 anos) David A. (13 anos, mexicano) e Francisco V. (15 anos, colombiano). Eles fazem parte do Children For Nature Fellowship, uma iniciativa do Alana que busca apoiar o desenvolvimento e a participação de crianças e adolescentes do sul global na defesa de seus direitos em plataformas regionais e internacionais.

O estudante mexicano David A. (13) também faz parte da equipe na COP29. Trata-se de um ativista digital e empreendedor social. Em 2021, a notícia de que restavam apenas oito ‘botos-vaquita’ no mundo o inspirou a criar um projeto inovador para ajudar a salvar essa espécie marinha ameaçada de extinção. O “Vaquita NFT” não só gerou recursos para organizações de conservação, como também engajou uma rede global de jovens ativistas.

O Alana, organização da sociedade civil que está completando 30 anos de atuação pelos direitos de crianças e adolescentes.

O programa realiza atividades de formação e apoio para que os adolescentes tenham melhores condições não só de
participar de encontros como a COP, mas também para exigir o compromisso público de Estados em defesa de suas demandas.

“O Alana considera fundamental que as crianças e adolescentes tenham voz ativa e respeitada em todas as instâncias que tomem decisões que lhes afetam”, afirma Laís Fleury, Líder de Parcerias da Alana Foundation.

“É preciso, mais do que nunca, escutar o que as crianças e adolescentes têm a dizer, porque eles são os mais afetados e os que vão conviver mais tempo com os efeitos da crise climática no futuro. Os jovens precisam ser incluídos nessas discussões.”

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