Amazonas Energia é pressionada a pagar dívida bilionária para a Eletrobras

Eletrobras já observa o risco de calote e estuda meios para receber dívida.

A distribuidora de energia elétrica Amazonas Energia, responsável pelo fornecimento em 62 municípios do Amazonas, enfrenta uma crise financeira sem precedentes, com dívidas que ultrapassam os R$ 10 bilhões. Em meio a esse cenário desafiador, a empresa está agora em confronto direto com a Eletronorte, uma subsidiária do Grupo Eletrobras.

Privatizada em 2018, a Amazonas Energia enfrentou dificuldades na restauração de seus indicadores econômico-financeiros. Em colaboração com a Aneel, a empresa estabeleceu um plano de resultados com o objetivo de atingir metas específicas, porém, a execução desse plano tem sido desafiadora.

Desde outubro de 2023, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recomendou a caducidade da concessão da Amazonas Energia devido à sua situação de inadimplência, a distribuidora tem estado sob escrutínio. Rodrigo Limp, vice-presidente de regulação e relações institucionais da Eletrobras, declarou que a empresa está avaliando estratégias para recuperar a dívida bilionária da Amazonas Energia.

O valor de R$ 3,6 bilhões, que é parte substancial da dívida, estimada em R$ 9,6 bilhões, está concentrada na Eletrobras, que agora está enfrentando o risco de calote. A empresa afirma que está pressionando a Amazonas Energia, juntamente com as autoridades do setor elétrico, para que esta cumpra com suas obrigações financeiras.

De acordo com Rodrigo Limp, a Eletrobras obteve decisões favoráveis, como a possibilidade de receber a maior parte das despesas correntes da Amazonas Energia através da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), um fundo setorial financiado pelos consumidores em suas contas de luz. Além disso, a empresa está buscando que outros créditos da Amazonas sejam repassados diretamente à Eletrobras.

A Amazonas Energia tem buscado negociações com a Aneel desde julho de 2023, apresentando diversos pedidos de prorrogação para análise de investidores interessados. Durante esse processo, até oito potenciais investidores participaram das negociações, evidenciando o interesse no setor energético da região.

“Temos trabalhado em estreita colaboração com a Aneel e o Ministério das Minas e Energia para estabelecer um grupo de trabalho que elaborou um relatório com alternativas para a situação da Amazonas Energia. Todas essas alternativas partem da premissa da substituição do controlador da concessão, o grupo Oliveira Energia”, afirmou Rodrigo Limp.

Diante dessa conjuntura desafiadora, a Amazonas Energia enfrenta um momento crítico em sua história. A resolução da crise financeira é crucial não apenas para a empresa, mas também para a estabilidade do fornecimento de energia elétrica na região amazônica, afetando diretamente milhões de consumidores e empresas que dependem desse serviço essencial.

Enquanto as negociações e estratégias se desenrolam, resta aos envolvidos no setor elétrico aguardar por uma solução que equilibre os interesses financeiros das partes envolvidas e garanta a continuidade do fornecimento de energia elétrica no Amazonas.

*Com informações do Valor Econômico

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