Criança de 4 anos é forçada a posar com armas por membro de facção rival ao PCC
Um criminoso identificado como o segundo em comando de uma quadrilha que disputa pontos de venda de drogas com o Primeiro Comando da Capital (PCC) no interior de São Paulo obrigou seu filho de apenas 4 anos a posar para fotos ostentando armas de fogo. As imagens, que foram anexadas a uma denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), mostram o garoto segurando um fuzil enquanto carrega uma pistola em sua cintura. Em outra foto, ele está ao lado de uma arma de tamanho semelhante ao dele.
O menino é filho de Willian Ribeiro de Lima Diez, também conhecido como “Feio”, de 28 anos, que é apontado como o braço direito de Anderson Ricardo, conhecido como “Magrelo”, líder da quadrilha que foi preso recentemente pelo setor de inteligência da Polícia Militar em Borborema, a aproximadamente 380 quilômetros da capital paulista.
A atuação da quadrilha, liderada por Feio e Magrelo, chamou a atenção do MPSP devido à violência desencadeada na região de Rio Claro, resultando em uma denúncia por parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Anderson Ricardo, líder do grupo conhecido como “Bando do Magrelo”, é considerado por autoridades como o “novo Marcola”, em referência a Marco Willians Herbas Camacho, principal liderança do PCC.
As fotos encontradas nos celulares apreendidos com os criminosos, nas quais a criança aparece segurando armas de fogo, configuram uma violação do artigo 242 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece como crime fornecer ou entregar arma, munição ou explosivo, de qualquer forma, a uma criança ou adolescente. A pena prevista varia de seis meses a dois anos de prisão.
Além disso, o fato de as armas não estarem registradas também sujeita Feio às disposições do artigo 16 do Estatuto do Desarmamento, que prevê pena de reclusão de 3 a 6 anos. Ainda deve ser considerado o agravante de ele ser o pai da criança que aparece nas fotos, o que pode resultar em um aumento adicional de sua pena.