
Cinco anos pós-pandemia, setor fitness se reinventa e expande
Como a inovação e novas demandas impulsionam o crescimento das academias
O segmento fitness, que já estava em progresso, precisou se reinventar diante dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19. Com o primeiro caso registrado no Brasil, em fevereiro de 2020, as academias fecharam as portas e migraram para plataformas online para manter o contato com seus alunos, já aqueles que não conseguiram se adaptar ficaram para trás.
Os números comprovam essa evolução, segundo uma pesquisa da Fitness Brasil, o país conta com 56.833 centros de atividades físicas ativos em 2024 – um aumento de quase 200% em comparação aos 19.266 estabelecimentos de 2014. Além disso, o ramo de beleza, saúde e bem-estar no franchising cresceu 16,5% no ano passado, conforme dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Após o pico da Covid-19, o setor fortaleceu-se investindo na experiência do cliente. As academias passaram a utilizar tecnologias, como aplicativos para interação e monitoramento de treinos, e adotaram um foco renovado no relacionamento com seus usuários. Para atender a um público mais diversificado, ampliaram suas modalidades para além da musculação, incluindo ginástica, pilates, cross training, dança e treino funcional.
O atendimento flexível, com funcionamento 24 horas, tornou-se um diferencial estratégico, sobretudo nas grandes cidades, em que a rotina agitada e a volta de muitos ao trabalho híbrido ou 100% presencial dificultaram a prática regular de exercícios.
A Academia Gaviões, localizada na cidade de São Paulo, antes de 2020 contava com cinco unidades próprias e em 2021, esse número passou para oito. Nos períodos seguintes, a expansão acelerou e hoje a previsão é de 70 unidades. Em 2025, a rede pretende alcançar 100 unidades em funcionamento até dezembro.
A ascensão das novas modalidades
Além disso, programas específicos para idosos e atividades voltadas à saúde mental, como yoga, meditação e pilates, ganharam destaque, atendendo à crescente busca por bem-estar integral. “Hoje, além da musculação, observamos um aumento na procura por outros estilos de treino, inclusive o pilates, que conquista muitos adeptos. Isso reflete uma mudança nas preferências dos alunos, que buscam um treino mais diversificado”, afirma Priscila Aguiar, CEO da Academia Gaviões. Para se ter uma ideia, entre 2022 e 2024, o pilates registrou uma elevação de 141% nos check-ins na plataforma Wellhub, sendo que o crescimento foi de 68% de 2022 para 2023.
O impacto das redes sociais
As mídias sociais também desempenham um papel importante na popularização do estilo de vida saudável. “Influenciadores digitais e criadores de conteúdo compartilham suas rotinas de treino, alimentação e bem-estar, ajudando a construir comunidades engajadas e a ampliar a demanda por espaços e produtos relacionados à saúde”, destaca Priscila. A geração Z é um público particularmente influenciado por esse meio. Um estudo realizado pela Waffle revelou que 38% da Geração Z passa entre 4 e 7 horas por dia nas mídias sociais, sendo o Instagram o canal preferido de 85%.