A menina estava desnutrida e incapaz de engatinhar, andar, falar ou se comunicar de qualquer forma

Uma mãe britânica que escondeu seu bebê doente em uma gaveta debaixo da cama durante os três primeiros anos de sua vida foi condenada nesta terça-feira (26) a mais de sete anos de prisão. A menina que não conhecia a luz do dia, nem o ar fresco, estava desnutrida e incapaz de engatinhar, andar, falar ou se comunicar de qualquer forma.

De acordo com a promotora sênior Rachel Worthington, a menina, que “não conhecia a luz do dia nem o ar fresco”, só foi descoberta no ano passado, quando o companheiro da mãe a ouviu chorando dentro de sua casa em Cheshire, Inglaterra, disse a promotora.

A menina estava desnutrida e incapaz de engatinhar, andar, falar ou se comunicar de qualquer forma quando as autoridades a encontraram.

“Essa criança nunca ganhou um presente de aniversário, um presente de Natal ou qualquer coisa para reconhecer esses dias. Ela não teve nenhuma interação com nenhum de seus irmãos”, disse Worthington.

A mãe, que não foi identificada por razões legais, confessou quatro acusações de crueldade infantil em outubro, antes de sua sentença.

O juiz Steven Everett disse ao tribunal que a mulher havia “privado aquela menina de qualquer amor, qualquer afeição adequada, qualquer atenção adequada, qualquer interação com outras pessoas, uma dieta adequada, atenção médica muito necessária”, informou a BBC.

“Uma garotinha inteligente que agora talvez esteja lentamente voltando à vida, depois de quase ter sido uma morte em vida naquele quarto”, acrescentou.

A menina nasceu em 2020 com fenda palatina dentro de uma banheira na casa de Cheshire, de acordo com o Crown Prosecution Services.

A mãe inicialmente a alimentou, mas depois, por razões ainda desconhecidas, ela colocou o bebê em uma gaveta em seu divã e a deixou lá, abrindo a gaveta apenas ocasionalmente para alimentá-la com cereal encharcado de leite por meio de uma seringa e trocar suas fraldas, disseram os promotores.

Ela manteve o bebê em segredo dos outros filhos, que ela continuou a levar para a escola enquanto ia para o trabalho, deixando o bebê na gaveta por horas.

“O crescimento e o desenvolvimento físico e mental do bebê foram severamente impactados pela falta de cuidados, atenção e alimentação e pelas restrições de uma vida passada em uma gaveta”, disseram os Serviços de Promotoria em um comunicado.

O parceiro da mulher finalmente descobriu a criança em fevereiro de 2023, depois que ele voltou para casa para usar o banheiro depois que a mãe deixou as chaves na porta e ouviu o choro.

Os promotores disseram que ela normalmente nunca o deixava subir as escadas sozinho.

Além da fissura labial e palatina não tratada, a menina sofria de desidratação, desnutrição, abdômen inchado, assaduras e massa muscular fraca. Ela também tinha membros flácidos e pés inchados.

A criança foi levada às pressas para o hospital e, em duas semanas, estava vocalizando e fazendo com que suas necessidades fossem ouvidas. Ela passou por duas cirurgias para consertar o lábio leporino e a fenda palatina, mas cirurgias adicionais serão necessárias.