Prateleiras dos comércios estão esvaziando, preços dos alimentos inflacionados e a botija de gás está sendo vendida a R$180

A estiagem que atinge toda a região Amazônica já impacta nos preços dos alimentos para os moradores do município de Tapauá (a 449 quilômetros a sudoeste de Manaus). Prateleiras dos comércios estão esvaziando, preços dos alimentos inflacionados e a botija de gás está sendo vendida a R$180. Em um registro enviado, o preço do pacote de 500g de café está no valor de R$ 25. A previsão é de que a situação possa se agravar.

De acordo com moradores do município, a cidade já está completamente isolada. Barcos estão encalhados na ‘Boca’ do Rio Purus, região que dá acesso ao município. As prateleiras dos comércios estão esvaziando e a botija de gás está sendo vendida a R$180, apontando um cenário preocupante para os próximos dias.

“Estava um preço, agora que a gente vai aos comércios, já não tem mais. Frutas, verduras, frios, já não tem mais na cidade. Frango, salsicha, calabresas, essas coisas também a gente já não tem mais”, disse uma moradora do local.

Conforme vídeo enviado, um homem relata que está há seis dias ‘encalhado’ no meio do rio tentando ‘atracar’ e não consegue chegar às margens do município. O homem explica que está com na embarcação Manoel Fonseca, que faz o trajeto Manaus/Tapauá/Labrea, carregado de mercadorias, mas que não consegue descarregar. Ela ainda aproveita o momento para fazer uma reflexão sobre a ação do ser humano.

“O que nós estamos passados hoje aqui e a lei de Deus, ele não fazendo nada disso aqui. Quem tá fazendo isso somos nós. Tudo que a gente pega a gente destrói. Agora a gente tem que pagar. Tudo que a gente pega a gente destrói”, disse o homem.

O homem ainda pontua sobre as embarcações que conseguem desembarcar e ‘super faturam’ as vendas das mercadorias no município.

“É daqui pra pior, a água não vem não. A gente tem que passar por isso. Hoje, você que aproveitando a mercadoria para ganhar mais, isso vai acabar. Ganha dinheiro da população mais necessitada que precisa. O dinheiro que ele ganhar a mais ele não vai poder aproveitar. O negócio é se unir. Peço orações de vocês, tudo vai dar certo”, conclui o homem.

Atualmente, todos os 62 municípios do estado se encontram em situação de emergência devido à seca e queimadas.

O Amazonas enfrenta uma crise sem precedentes em 2024, com uma seca que chegou antecipada e já impacta mais de 330 mil pessoas no estado, segundo a Defesa Civil. A escassez de água está isolando cidades e comunidades e prejudicando a economia local.

Fonte: D24AM