Câncer de intestino: conheça sinais menos comuns da doença
O tumor que é um dos mais frequentes no Brasil está relacionado com hábitos de vida, aponta cirurgião oncológico
Em todo o mundo, o câncer de intestino é o terceiro mais comum, sendo responsável por cerca de 10% de todos os diagnósticos da doença. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, para o ano de 2024 são esperados mais de 45.000 casos da neoplasia. O tumor é o terceiro mais frequente entre os homens, logo após do câncer de próstata e de pulmão, e o segundo mais incidente nas mulheres, perdendo apenas para o de mama. Ainda neste ano, mais de 300 amazonenses devem ser acometidos pela enfermidade.
Para o cirurgião oncológico, Hugo Negreiros, o câncer de intestino está na maioria das vezes relacionado aos hábitos de vida. “Dentre os fatores de risco associados ao tumor, podemos destacar a obesidade, consumo de alimentos processados, ingestão excessiva de carne vermelha e gorduras, tabagismo e bebida alcoólica. É recomendável que se tenha uma dieta equilibrada e rica em frutas, legumes e grãos, praticar atividade física regularmente e evitar alimentos embutidos. Todas essas recomendações são fortes aliadas na prevenção”, afirma o médico.
Sinais menos comuns do câncer de intestino
Ainda de acordo com o especialista, esses tumores não apresentam sintomas na fase inicial, por isso a importância dos exames de rastreio, mesmo em pacientes assintomáticos. “Quanto mais rápido o diagnóstico, maior será a chance de cura. A doença pode se manifestar por meio de sangramento retal, mudança no ritmo intestinal e dor abdominal. No entanto, a neoplasia também pode apresentar sinais menos conhecidos, que exigem atenção redobrada da população, como saciedade precoce, falta de interesse pela comida, fadiga extrema, falta de energia, cansaço persistente, fezes finas e alongadas (em fita) e até obstrução do órgão”, alerta o cirurgião oncológico.
A importância e os benefícios do diagnóstico precoce
O cirurgião oncológico explica que a escolha do método para o diagnóstico da doença depende de fatores, como idade, histórico familiar e presença de sintomas, mas ressalta que os mais utilizados são a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. “Esse exame laboratorial é um teste simples, barato e a possibilidade de detecção dos tumores de intestino pode chegar a 92%”, afirma Hugo Negreiros.
O médico ressalta que no Brasil, o Ministério da Saúde recomenda iniciar o rastreio do câncer de intestino da população adulta de risco habitual na faixa etária de 50 anos. “Já a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica aconselha a realização da colonoscopia a partir dos 45 anos devido ao aumento da incidência desse tumor nos jovens. O exame permite identificar alterações pré-cancerosas (pólipos) e o tratamento através de polipectomia”, reforça o especialista.
Avanços no tratamento
Para Hugo Negreiros, o tratamento do câncer de intestino evoluiu significativamente nos últimos anos, com o desenvolvimento de novas tecnologias e abordagens terapêuticas.
“Saímos da era anatomopatológica e entramos na era genética molecular, onde cada paciente pode ser avaliado de forma personalizada e tratado com as melhores opções. Há trabalhos publicados com resultados surpreendentes na área de câncer de intestino. Outro avanço importante foi o desenvolvimento e aprimoramento de técnicas na radioterapia e cirurgia laparoscópica e robótica”, afirma.
O médico ressalta ainda que essas inovações têm contribuído para o aumento das taxas de cura e a melhora na qualidade de vida dos pacientes com esse tumor. “O prognóstico em cinco anos para quem tem a doença em estágio inicial é superior a 90%. As terapias modernas permitem menos efeitos colaterais e uma recuperação mais rápida. Além disso, temos uma diminuição de cirurgias extensas e reduzimos as complicações”, finaliza o cirurgião oncológico da Oncoclínicas Manaus.