Eneva investe R$ 258 milhões em ações no AM com foco na sustentabilidade

Relato Integrado 2023 destaca ainda compromisso ambiental da empresa, que reduziu a intensidade das emissões de gases do efeito estufa em 26%

Manaus – A Eneva, maior operadora privada de gás natural em terra do Brasil e geradora integrada de energia, investiu R$ 258 milhões em compras locais em 2023 no Amazonas, garantindo o desenvolvimento da economia e impactando positivamente a vida dos moradores da região. Com um forte compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade social, a empresa investe também na educação técnica e projetos de conservação ambiental na região. Os dados foram divulgados no recém-lançado Relato Integrado 2023, o relatório de sustentabilidade da companhia.

A companhia também pagou R$ 4,3 milhões em royalties ao governo, recursos que são revertidos em benefícios para a população local. De acordo com o relatório, três diretrizes guiam a empresa na trajetória ESG, para atingir a sua visão de oferecer as melhores soluções de energia para uma transição energética responsável e segura, até 2030: a redução de emissões, o avanço com o progresso social e a contribuição para a consolidação de áreas protegidas na Amazônia Legal.

Diante da compreensão do papel fundamental que representa dentro das comunidades locais, a Eneva investiu R$ 4 milhões, em 2023, em projetos de Responsabilidade Socioambiental no Amazonas, guiada pelo Índice de Progresso Social (IPS) dos municípios onde atua, priorizando três causas principais: Fomento à sociobioeconomia; Educação e inserção produtiva no mercado de trabalho; e Empoderamento feminino.

“O nosso princípio, quando a gente entra numa nova localidade, é ter um plano de desenvolvimento daquele território, porque o desenvolvimento do território, na verdade ele é benéfico para a gente também, porque quanto mais eu tiver desenvolvimento socioeconômico na região em que eu atuo, o melhor é para mim, já que se torna um lugar melhor, mais atrativo para eu ter pessoas que vão querer trabalhar comigo lá, eu desenvolvo a comunidade local. A gente tem uma atuação social que ela leva à independência, então eu não tenho uma atuação social que quer deixar a comunidade dependente da companhia, é uma atuação que quer gerar uma renda, uma capacitação para que essa comunidade se torne independente”, disse a diretora-executiva de Estratégia e ESG da Eneva, Flávia Heller.

Atuação em Silves e em Itapiranga 

No pilar educacional, a empresa possui dois projetos importantes: o Semear, que promove a erradicação do analfabetismo em jovens e adultos nos municípios de Silves e Itapiranga, apoiando escolas públicas e já impactou a vida de 236 alunos; e também a parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas, o Cetam, para a implantação de escola técnica em Silves e desenvolvimento de cursos técnicos, visando a formação de mão de obra e o impulsionamento da empregabilidade local.

“Quando a gente começou as operações em Silves e Itapiranga, usamos o índice de progresso social, o IPS. Ele é um indicador desenvolvido pelo Imazom, e assim, ele tem uma série de desdobramentos, na verdade ele constrói um indicador a partir de vários índices sociais públicos, e a gente olhou isso, desdobrou ali para as cidades para entender quais eram as questões mais relevantes, então, e a partir daí a gente definiu os três principais pilares de atuação”, relatou Flávia.

“Como parte do nosso compromisso com as comunidades locais, estamos dedicados na implantação de uma escola técnica em Silves, no Amazonas. Esta escola oferecerá cursos técnicos com destaque para as áreas de gás e energia, eletromecânica e agropecuária, que vão contribuir com a formação da população. Educação é um legado importante”, afirmou o CEO da Eneva, Lino Cançado, destacando ainda que a companhia vai oferecer 90 bolsas com valor mensal de R$ 1.300 até a conclusão do curso.

Projeto educacional para jovens e adultos

Com a implantação de uma escola técnica, a ideia da Eneva é começar as aulas neste segundo semetres do ano com cursos nas áreas de gás, energia e agropecuária. O intuito é fazer um projeto de formação empreendedora para os jovens das regiões.

“Você nota muita informalidade, uma falta de oportunidades e um desalento dos jovens, ao mesmo tempo que você tem o bônus demográfico, uma parcela muito relevante da população ali tem entre 18 e 29 anos. E o que a gente nota também é esse desalento dos jovens, eles aparecem muito ali nas famílias dos agricultores, porque têm uma visão de que os pais deles não tiveram uma boa vida na roça, na agricultura, então muitos deles querem sair dali, eles querem outra coisa”, contou a diretora-executiva.

A partir do projeto Semear, a Eneva também busca para que jovens e adutlos sejam inseridos na cidadade e tenham mais acesso à informação. A visão da empresa para 2040 e 2050 é de um município que tenha uma economia mais dinâmica, sustentável, compatível com a floresta, ou seja, que a própria atividade econômica gere incentivos para a manutenção da floresta e desenvolvimento socioeconômico do mesmo.

Empreendedorismo Feminino

A Eneva também buscou parcerias para fomentar o empreendedorismo feminino, oferecendocapacitações que fortalecem as habilidades locais, estimulam a geração de renda e a inclusão financeira das mulheres. Desde 2020, a empresa já investiu mais de R$ 2 milhões no projeto Elas Empreendedoras e atingiu uma evolução importante: no início da parceria, 100% das mulheres participantes estavam abaixo da ou na linha da pobreza. Em 2023, 100% já estão fora da linha de pobreza, tendo um incremento de renda de cerca de 500%.

“A gente vê que os dois municípios têm índices muito altos de vulnerabilidade familiar, ou seja, filhos de mães solteiras, gravidez na adolescência e violência doméstica. A gente dar uma capacitação para que essas mulheres consigam gerir, ter uma renda própria, criar conhecimentos para que elas possam se desenvolver e com isso os filhos possam ficar na escola. Começou ali o projeto Elas Empreendedoras em 2020, na época do Covid, a gente pegou um grupo de mulheres em vulnerabilidade social e iniciaimos um projeto de costura de máscaras”, disse Flávia.

A partir do projeto de costura de máscaras, a Eneva também pensou em capacitações que poderiam fornecer para que as mulheres desenvolvessem uma atividade econômica própria. Hoje, por exemplos, elas fornecem fardamentos para as operações da empresa, fazem roupas para vender na comunidade. A partir de uma capacitação, ela utilizam de ingredientes locais para fornecerem  coffee break, venda de doces e salgados.

A mais recente capacitação dessas mulheres envolveu a criação de biojoias em uma produção totalmente sustentável. Após a capacitação com um design, o próximo passo é um projeto piloto de inclusão digital dessas mulheres. Assim, ela terão mais acesso à informação, a inclusão financeira e elas podem vender os produtos também por meio do marketing digital.

Eneva investe na proteção ambiental da Amazônia

Nos últimos anos, a Eneva manteve o foco na implementação de sua estratégia de descarbonização e garantiu uma redução de 26% na intensidade das emissões de gases de efeito estufa em suas operações em 2023. De acordo com o Relato Integrado, houve queda de 0,47 para 0,35 tCO2e/MWh, representando a intensidade mais baixa já alcançada desde o início do monitoramento em 2017. Com relação à intensidade de emissões para a geração a gás natural, a intensidade chegou a 0,39 tCO2e/MWh, uma queda de 17% comparado a 2022.

Além disso, a empresa está realizando investimentos na restauração de áreas degradadas no  Amazonas. Um dos programas apoiados pela companhia é o de desenvolvimento e expansão de sistemas agroflorestais (SAFs), projeto desenvolvido em parceria técnica com a Embrapa e Instituto Belterra, na região do Azulão, no interior do Amazonas. O programa, que atualmente tem 98 associados, fomenta ações de produção agrícola, manejo e conservação dos recursos naturais, impulsionando as aptidões socioeconômicas da região por meio da economia da floresta em pé.

“A gente fez essa parceria para olhar um pouquinho as potencialidades da agricultura familiar na região. Então, você tem ali muito presente café, mel e mandioca. Fizemos um trabalho todo de capacitação desses agricultores pra uma agricultura sustentável e a gente entrou esse ano numa nova fase de  implantação de sistemas agroflorestais. A ideia é que você tenha diferentes cultivos de curto, médio e longo ciclos para que essas famílias tenham renda o ano todo e não apenas no período de safra e para que esses diferentes cultivos regenerem o solo, para que você não precise usar práticas não sustentáveis. Então aumenta a produtividade deles. E aí o que é interessante dessa nossa parceria com o Instituto Belterra é que ela não olha só a produção, ela olha toda a cadeia. Como que eu vou escoar esse produto? Para quem que eu vou vender esse produto? Como que eu vou embalar esse produto? Como que eu crio uma rastrabilidade para que eu consiga colocar esse produto no mercado que paga um prêmio pela sustentabilidade? Esse projeto começou no início desse ano e estamos fechando agora aqui um primeiro relatório”, explicou Flávia.

Em relação à biodiversidade, a Eneva já investiu mais de R$ 5 milhões na iniciativa Floresta Viva, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), para restauração ecológica de 400 hectares (o que equivale a 560 campos de futebol) de áreas degradadas de floresta amazônica e implantação de sistemas agroflorestais em quatro Unidades de Conservação no Amazonas.

A Eneva também trabalha como um agente de transformação, promovendo uma transição energética responsável. Se destacando por sua eficiência operacional na questão do uso do gás natural e na rdução de efeito de estufa.

“Sobre a questão dos gases de efeito estufa, o gás natural é uma fonte muito importante, porque ele é uma energia que a gente chama de energia despachável. Eu posso ligar e desligar a qualquer momento. Então, assim, a geração termoelétrica no Brasil, em sua grande maioria, ela é contratada numa modalidade que a gente chama de disponibilidade, porque a base de geração no Brasil é hidrelétrica. Antigamente, você tinha aqueles grandes reservatórios, mas eles acabavam tendo um impacto muito grande, porque eles alagavam uma região muito ampla. E a geração dessa hidrelétrica, basicamente, como eu não consegui estocar a água, ela depende do volume de chuva, né? Quanto mais chove, mais volume eu tenho naquele fluxo de água, maior a minha capacidade de geração. A geração eólica e a geração solar funcionam da mesma forma. Eu não consigo estocar o vento, eu não consigo estocar o sol. Então, elas são gerações que a gente chama de intermitentes. Então, onde entra a geração termoelétrica nisso? A geração termoelétrica entra como um seguro”, relatou a diretora-executiva.

“No setor de energia, a gente fala que existe um trilema que é o desafio de política energética, de um operador do sistema elétrico ou energético, é equilibrar a sustentabilidade, a segurança e a acessibilidade, a acessibilidade no sentido de custo. Eu posso ter uma solução que é absolutamente sustentável, mas ela é muito cara e elas incluem muitas pessoas do acesso à energia. E a pobreza energética é muito relevante, a gente tem um país onde provavelmente cerca de 2 milhões de pessoas ainda não têm acesso à energia. A gente vê, às vezes, o que acontece em regiões da Amazônia mais isoladas”, completou.

Atualamente, a Eneva investe no que eles chama de fechar o ciclo de usinas termoeléctricas a gás. O gás natural, no processo de geração, é aquecido e eles geram calor e energia. Esse calor que é gerado nesse processo, pode ser usado para aquecer água, gerar vapor e esse vapor gerar 50% a mais de energia. A empresa usou a mesma quantidade de gás para gerar uma determinada quantidade de energia, só que para gerar uma quantidade de energia que é 50% maior e que não tem emissão adicional. “Eu queimei exatamente a mesma quantidade de gás, só que eu usei esse calor para aquecer água, o aquecimento da água e vapor não tem emissão de gás de efeito estufa”, finalizou Flávia.

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