A mulher, de 47 anos, eventualmente ‘cuidava’ da criança a pedido da mãe da criança

Uma mulher de 47 anos, investigada por abusos sexuais cometidos contra um menino, de 8 anos, foi presa nesta quinta-feira (2), em Manaus. A mulher era vizinha da criança e eventualmente ‘cuidava’ do menino a pedido da mãe da criança.

Conforme a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), a prisão ocorreu durante a Operação Caminhos Seguros. Joyce ainda aproveitou para enumerar os motivos e dar mais detalhes que precisam ser seguidos por pais ou responsáveis.

“Um caso atípico, que serve de alerta e conscientização por três motivos que, em geral, são ignorados pela sociedade”, disse a delegada em uma publicação no Instagram.

Toda pessoa pode ser um abusador em potencial, independente de gênero; os “monstros” não existem na vida real e essa versão pode confundir as crianças. Abusadores são pessoas reais, na grande maioria dos casos, pessoas dignas de confiança até então. É justamente essa “confiança” que facilita o abuso por se tratar de uma relação de poder onde o adulto se sobrepõe à inocência da criança, e esta, NUNCA é culpada.

Do mesmo modo, a vítima pode ser tanto a menina quanto menino, entretanto, em geral, a sociedade prefere entender o abuso contra o menino apenas como estimulação se&ual precoce que o transforma em “macho”, sem entender que uma das causas para o grande número de violências é justamente o machismo que ainda reina na sociedade e na formação das crianças. Meninos também são abusados, mas, muitas vezes sequer denunciam para não colocar em questão a sua se&ualidade! Observem que casos de meninas abusadas chocam muito mais que de meninos!

Nem sempre o abuso como estimulação precoce é um processo fisicamente doloroso, muito pelo contrário! Alguns estímulos geram sensações de pra£er que a criança sequer entende, todavia, as consequências para a criança são igualmente devastadoras e necessitam de acompanhamento especializado. Esse menino disse pra mãe que a vizinha estava “com inxirimento” e o que ela fazia era “go$toso”! 08 anos de idade! Imaginem a confusão na cabeça da criança ao pensar que isso é permitido, é natural e aceito.

“Precisamos enxergar o abuso se&ual de todos os ângulos para melhor combatê-lo”, concluiu a delegada.