Zambelli usou dinheiro do PL e emenda parlamentar com hacker, diz PGR

A deputada e o hacker foram alvo de uma operação da PF em agosto do ano passado e, na época, Zambelli negou ter contratado Delgatti

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou em documento que denunciou a deputada federal Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti que a parlamentar adotou meios para encobrir a relação, o hacker e o pagamento para a operação que invadiu os sistemas do Conselho Nacional de Justiça foi feito por intermediação de terceiros de uma empresa contratada para cuidar das redes sociais e materiais de campanha de uma frente parlamentar de candidatos do Partido Liberal (PL).

“O pagamento a Walter Delgatti foi escamoteado, já que realizado por interpostas pessoas, o funcionário Jean Hernani Guimarães Vilela e a empresa de sua esposa, a Hernani Filmes E Marketing Digital, à época contratada para cuidar das redes sociais e materiais de campanha de uma frente parlamentar de doze candidatos do PL”, diz o documento.

“Conforme conversas entre os denunciados, o tratamento de saúde foi realizado na Santa Casa de Guaratinguetá–SP, instituição que teria recebido recursos decorrentes de emenda parlamentar. Carla Zambelli, que instrumentalizava o seu mandato parlamentar para o cumprimento de promessa de benefício feita ao denunciado, tentou evitar registros que pudessem chamar a atenção para si. Orientou Walter Delgatti, por isso, a não incluir o sobrenome Delgatti na ficha do pronto-socorro”, afirma a PGR.

A deputada e o hacker foram alvo de uma operação da PF em agosto do ano passado. Na época, Zambelli negou ter contratado Delgatti para fazer trabalhos criminosos e afirmou que os pagamentos feitos a ele se referem a serviços que ela contratou para o seu site, pelo valor de R$ 3 mil.

Delgatti ficou conhecido pelo episódio da “Vaza Jato”, quando invadiu telefones de autoridades envolvidas com a Operação Lava Jato e vazou conversas entre integrantes da força-tarefa. Em depoimento à PF, ele disse que Zambelli o teria contratado pelo valor de R$ 40 mil para fraudar urnas eletrônicas e inserir um mandado de prisão contra Moraes no sistema do CNJ.

A deputada também admitiu à PF que mediou um encontro entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o hacker. No entanto, a parlamentar inocentou Bolsonaro de qualquer ligação criminosa com Delgatti.

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