“Hapvida: O plano de saúde com melhor liquidez financeira do país”, rebate especulações dos concorrentes com números positivos
Brasil – A Fitch Ratings afirmou, hoje, os Ratings Nacionais de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ da Hapvida Participações e Investimentos S.A. (Hapvida) e de sua controlada indireta BCBF Participações S.A. (BCBF). A agência também afirmou os Ratings Nacionais de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ das primeira, segunda e terceira emissões de debêntures da Hapvida, e das quarta, quinta e sexta emissões de debêntures da BCBF, todas da espécie quirografária. A Perspectiva dos ratings corporativos é Estável.
O rating da Hapvida reflete o seu destacado posicionamento de mercado na fragmentada e competitiva indústria de saúde suplementar no Brasil, com robusta escala de negócios e elevado grau de verticalização de suas operações, que lhe garante importantes vantagens competitivas quando comparada às demais seguradoras e operadoras de saúde. A classificação também incorpora a dinâmica do setor de saúde menos resiliente que o inicialmente esperado, ainda que a longo prazo os fundamentos de demanda se mostrem fortes. A liquidez e flexibilidade financeira da Hapvida são fortes e atuam como importantes fatores de suporte do rating.
A Hapvida tem o desafio de reduzir os índices de sinistralidade, fortalecer as margens operacionais e reduzir a alavancagem líquida para patamares abaixo de 2,5 vezes. O rating incorpora um aumento da alavancagem líquida em 2022, incompatível com o rating, com expectativa de redução para cerca de 3,0 vezes em 2023 e inferior a 2,5 vezes em 2024. A expectativa de queda da inflação e a recomposição de preço nos contratos, assim como a flexibilidade da companhia em reduzir seus investimentos, também serão fundamentais para reduzir a alavancagem. A Fitch não vê espaço a curto prazo para novas aquisições financiadas por dívida, que, caso ocorram, podem pressionar os ratings.
A Perspectiva Estável incorpora a expectativa de redução da sinistralidade em 2023, resultando no fortalecimento da geração de caixa e das margens operacionais da Hapvida, bem como a retomada de FCFs positivos.
O rating da BCBF foi equalizado ao da Hapvida, devido aos altos incentivos estratégicos e operacionais entre as companhias e ao incentivo de suporte legal médio. Este último é suportado pela existência de cláusulas de inadimplência cruzada em dívidas da controladora, de acordo com a Metodologia de Vínculo Entre Ratings de Controladoras e Subsidiárias.
Forte Posição Competitiva: A combinação de negócios entre a Hapvida e a Notre Dame Intermédica Participações S.A. (NDI), concluída em fevereiro de 2022, resultou na liderança do grupo na pulverizada e competitiva indústria de saúde suplementar brasileira, com participação de mercado estimada em 17% em número de beneficiários. Este movimento resultou na maior diversificação do portfólio de produtos do grupo, além de ampliação da cobertura geográfica. Ao final de setembro de 2022, a companhia possuía 15,9 milhões de beneficiários, sendo 9,0 milhões de planos de saúde e 6,9 milhões odontológicos, além de uma rede assistencial própria, composta por 87 hospitais, com 5,8 mil leitos, e 329 clínicas, 275 laboratórios de diagnóstico por imagem e análises clínicas e 76 unidades de pronto atendimento distribuídas por 19, dos 26 estados brasileiros, mais o Distrito Federal.
Desafio de Recuperar a Rentabilidade: A geração operacional de caixa da Hapvida tem se mostrado mais vulnerável e o fortalecimento da geração operacional de caixa e das margens operacionais da companhia deve ocorrer de forma mais gradual que o inicialmente esperado, em função da expectativa de menor velocidade de queda dos índices de sinistralidade. A expectativa é que a Hapvida gere um EBITDA, excluindo os efeitos de IFRS-16, de BRL3,4 bilhões em 2023, com margem de 12,3%, ante BRL2,3 bilhões e margem de 9,8% esperados para 2022. A médio prazo, a companhia deve operar em um patamar de rentabilidade entre 14%-16%, mais alinhados à média histórica pro forma. O cenário-base incorpora sinistralidade-caixa de 72,7% em 2022 e de 71,0% em 2023, que se comparam, em bases pro formaincluindo a NDI, a 73,1% em 2021 e 65,7% do período pré-pandemia (2017 a 2019). A recomposição de preços dos contratos e a redução esperada da inflação a partir de 2023 deve diminuir o descasamento entre custos e receitas, que impactou fortemente a geração operacional de caixa e margens das empresas do setor no biênio 2021-2022.
Retomada de FCF Positivo em 2023: A Hapvida deve gerar fluxo de caixa das operações (CFFO) negativo ao redor de BRL100 milhões em 2022, pressionado pelas maiores despesas com juros e impacto no capital de giro decorrente da combinação de negócios com a NDI. Para 2023, o CFFO deve ficar em BRL1,9 bilhão, refletindo o fortalecimento esperado no EBITDA. O fortalecimento da geração de caixa e a flexibilidade da Hapvida em reduzir seus investimentos serão importantes para reverter o fluxo de caixa livre (FCF) para positivo em 2023, de BRL1,5 bilhão, após geração negativa em BRL1,9 bilhão estimada em 2022. O cenário-base considera investimentos de BRL700 milhões e dividendos de BRL1,1 bilhão em 2022, que inclui os dividendos extraordinários pagos aos ex-acionistas da NDI, e BRL350 milhões e ausência de pagamento de dividendos em 2023, com a distribuição do equivalente a 25% do lucro líquido do ano anterior sendo retomada a partir de 2024. A Hapvida deve desembolsar aproximadamente BRL3,3 bilhões com aquisições em 2022 e BRL770 milhões em 2023 referente a aquisições já anunciadas.
Redução da Alavancagem Mais Lenta Que a Inicialmente Esperada: O rating da Hapvida considera a manutenção de uma alavancagem líquida abaixo de 2,5 vezes, em bases recorrentes. Em 2022, este indicador deve atingir um pico de 4,6 vezes, acima da expectativa inicial da Fitch, reduzindo-se para em torno de 3,0 vezes em 2023 e inferior a 2,5 vezes em 2024. No período de 12 meses encerrado em setembro de 2022, a alavancagem líquida era de 4,7 vezes, patamar elevado para o rating.
Sólidos Fundamentos do Setor de Longo Prazo: O rating da Hapvida incorpora os fortes fundamentos de demanda do setor de saúde, apoiados no envelhecimento da população e no potencial de expansão da taxa de cobertura dos planos em relação à população, atualmente em 25%. Os avanços em diagnósticos e tratamentos de doenças e a carência de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) também suportam a procura pelo setor privado. Os movimentos de consolidação e verticalização no setor devem aumentar a concorrência a médio prazo. Diante deste cenário, as operadoras de saúde precisam manter o controle de seus índices de sinistralidade, de modo a preservar sua rentabilidade, considerando, ainda, um ambiente de regulação de preços e coberturas de serviços pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
*Com informações do Fitch Ratings*.