PF prende dois estrangeiros procurados pela Interpol por tráfico de drogas
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 26, e na quarta-feira, 27, dois homens procurados internacionalmente por envolvimento com tráfico de drogas que estavam escondidos em solo brasileiro. Um deles, capturado na terça, é português e estava em Praia Grande, litoral sul de São Paulo. O outro é uruguaio e estava em um condomínio fechado em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Ambos os homens, cujas identidades não foram divulgadas, estavam na lista da Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), uma solicitação que é feita às autoridades policiais de todo o mundo para localizar e prender provisoriamente alguém enquanto “aguarda extradição, entrega ou ação legal semelhante”, conforme definição da PF brasileira.
O português foi sentenciado por tráfico de drogas em seu país de origem, sendo parte de um esquema de envio de cocaína do Brasil para a Europa. A PF afirma: “O Pedido de Prisão Preventiva para fins de Extradição foi formulado pelo Escritório Central Nacional da Interpol em Brasília/DF, com base nas informações da Difusão Vermelha incluídas pelas autoridades de Portugal”, diz a PF.
O mandado de prisão foi emitido pelo Supremo Tribunal Federal, e o português foi conduzido à sede da PF em São Paulo, onde ficará até a extradição definitiva para Portugal.
Quanto ao uruguaio, ele é identificado como “um dos maiores narcotraficantes do Uruguai”, segundo a PF, e estava foragido da Justiça paraguaia, que decretou sua prisão preventiva em março de 2022 por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Ele vinha se escondendo em países da América do Sul e veio ao Brasil para acompanhar o nascimento de seu filho, cuja mãe seria uma cidadã boliviana, conforme investigações da PF.
O homem é, supostamente, irmão do maior procurado pela Justiça do Uruguai por tráfico internacional de drogas e trabalhava junto a ele, intermediando as frequentes viagens do irmão da Bolívia para o Paraguai.
Além disso, era responsável por transações ilegais entre organizações criminosas fornecedoras de drogas.
Ambos os irmãos supostamente fazem parte do grupo criminoso Primer Cartel Uruguayo, com considerável poder financeiro, a ponto de corromper agentes que atuavam na Interpol paraguaia – três deles foram detidos no final de novembro, conforme o Ministério Público do Paraguai, com informações fornecidas pela PF brasileira.
“Os mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos nesta terça foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Coordenação-Geral de Cooperação Policial da PF (CGCPOL/DCI). O preso fora identificado na operação A Ultranza Py como peça-chave no envio de entorpecentes da América do Sul para a Europa”, diz a PF.
O irmão do uruguaio preso no Brasil segue foragido. Ele é procurado por diversas agências internacionais, como a europeia, Europol, a estadunidense, DEA e a própria Interpol.
Fonte: Estadão Conteúdo