VÍDEO: Chuva de meteoros ou lixo espacial? Fenômeno ilumina o céu do Nordeste
Um fenômeno registrado em vídeos iluminou o céu do Nordeste na madrugada de hoje: embora uma “chuva de meteoro” estivesse prevista para acontecer nesta época do ano, especialistas acreditam que o espetáculo não passou de lixo espacial entrando na órbita da Terra.
O que aconteceu
Moradores de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe registraram o fenômeno e publicaram em redes sociais. “Chuva de meteoros aqui em Pernambuco também! Registramos na estrada, passando por Arcoverde”, escreveu um usuário do X, antigo Twitter.
Evento esperado ou lixo espacial? O Royal Museums Greenwich previu uma chuva de meteoros para acontecer entre 17 e 26 de dezembro, com maior incidência justamente no sábado. As bolas de fogo seriam os fragmentos do meteoro Úrsidas.
O Observatório do Royal Museums estimou de cinco a dez meteoros por hora. O efeito de “estrela-cadente” acontece quando um meteoro queima no céu ao entrar na atmosfera terrestre em alta velocidade.
Alguns especialistas, porém, dizem que as bolas de fogo eram, na verdade, lixo espacial. A página oficial do telescópio espacial James Webb no Brasil disse que “trata-se da reentrada de detritos espaciais provavelmente provenientes de um estágio de foguete chinês lançado em janeiro de 2018”.
Na noite passada, centenas de residentes no Nordeste do Brasil compartilharam vídeos nas redes sociais de um fenômeno que foi muito confundido como chuva de meteoros.
Na realidade, trata-se da reentrada de detritos espaciais, provavelmente provenientes de um estágio de foguete… pic.twitter.com/XJEtgMVOCe
— JAMES WEBB (@jameswebb_nasa) December 23, 2023
O mestre em astronomia, Alexey Dodsworth Magnavita de Carvalho (USP), concorda. “Não são meteoros. Aquilo é a reentrada de algum pedaço de foguete ou satélite. O espetáculo foi mesmo lindo”, disse ele no X. “Devem ter caído no Atlântico.”.
“Olha, dois aviões”
O arquiteto Kleiton Castro, 32, também filmou o fenômeno. Ele conta que estava na porta de casa no bairro Graciliano Ramos, em Maceió, quando um amigo chamou a atenção e disse: “olha, dois aviões.”.
“Como eu entendo de aviação, sabia que não era nem rota de voo, nem lugar de passar avião. Falei: é um meteoro“, Kleiton Castro, arquiteto.
Castro pensou que ia acabar logo, “mas demorou uns 50 segundos”. “Eram três coisas luminosas vindo bem rápido. Eles foram ficando mais fracos de intensidade, e ficaram só duas”, disse.