Uma pesquisa recente do Instituto Locomotiva revela que a inadimplência ainda é uma realidade para a maioria das famílias brasileiras. O relatório “Raio-x dos brasileiros em Situação de Inadimplência” aponta que oito em cada dez famílias estão endividadas, sendo que um terço delas possui dívidas em atraso. Os dados, obtidos através de 983 entrevistas online realizadas entre 11 e 22 de setembro, revelam um cenário preocupante, apesar de uma leve melhora em comparação ao ápice da pandemia.

O cartão de crédito continua sendo o principal vilão, responsável por 60% das dívidas em aberto em 2023, um aumento em relação aos 56% registrados no ano anterior. Deixar de quitar dívidas junto a bancos, empréstimos e financiamentos também representa um desafio para 43% dos entrevistados, mostrando um aumento em relação aos 40% do ano passado.

A pesquisa buscou entender as circunstâncias ligadas à falta de pagamento em dia e as percepções dos brasileiros sobre a perspectiva de quitar os débitos. A falta de planejamento financeiro (36%) e o desemprego (34%) lideram as razões pelas quais os brasileiros ficam inadimplentes. Gastos inesperados com saúde (30%), empréstimos do nome para compras ou serviços (16%), e compras acima do orçamento (11%) também figuram entre os motivos.

A boa notícia é que 39% dos entrevistados têm certeza de que conseguirão colocar suas contas em dia, um aumento significativo em relação aos 25% registrados em 2022. Já a parcela de inadimplentes que acredita que pagará é de 23%, enquanto 32% não têm certeza, 5% acreditam que não terão condições, e 2% têm certeza de que não é possível.

A pesquisa também revela que 60% dos inadimplentes pretendem economizar dinheiro como estratégia para colocar as contas em dia, enquanto 38% consideram a renegociação de dívidas uma opção viável.

Quanto ao programa Desenrola Brasil, a iniciativa é reconhecida por 76% dos entrevistados, mas apenas 17% afirmam conhecê-lo bem. O levantamento destaca a importância do programa para ajudar na vida financeira dos brasileiros, mas ressalta a necessidade de uma melhor divulgação para que mais pessoas possam se beneficiar.